Portugal contra "liberalização cega" da plantação de vinha
Portugal manifestou-se ontem em Bruxelas contra uma ?liberalização cega? do sistema de direitos de plantação de vinhas, por ocasião da primeira reunião do grupo de alto nível criado pela Comissão Europeia para debater o futuro do sector vitivinícola.
O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, que participou na primeira reunião do grupo, criado pelo comissário europeu da Agricultura, Dacian Ciolos, indicou que, durante a discussão sobre o futuro sistema de direitos de plantação, que Bruxelas prevê liberalizar, vários Estados-membros manifestaram “preocupações”, incluindo Portugal.
"Portugal mostrou-se favorável a manter o sistema de direito de plantações, que não custa nada à União Europeia em termos orçamentais" e que "permite haver vinha em várias regiões do país, mesmo regiões mais frágeis", disse, acrescentando que Portugal admite que o sistema necessita de uma maior "flexibilidade", mas que uma "liberalização cega" poderia levar ao abandono de zonas de produção.
Segundo o governante, a única preocupação não pode ser apenas a produção, mas também a gestão do território.
José Diogo Albuquerque saudou, todavia, a abertura mostrada pela Comissão Europeia para discutir futuros passos da reforma do sector vitivinícola, e indicou que Portugal também identificou, na reunião de hoje, vários aspectos positivos da mesma.
"O que nós destacámos como positivo foram as medidas de reestruturação da vinha. Nós temos agora mais vinho de qualidade do que tínhamos no passado. Destacámos também a promoção como uma medida positiva. Houve um aumento das exportações de vinho, que se reflecte pelas acções de promoção que tem havido e pelos apoios de promoção. Nós agora temos 3,7 por cento de aumento de valor das exportações por ano, o que é positivo", afirmou.