Exportações recorde no vinho
Exportações de vinho devem passar os 600 milhões de euros em 2010, anuncia Ministro da Agricultura.
As exportações de vinho deverão atingir este ano um valor recorde de 600 milhões de euros, anunciou hoje o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento e das Pescas na abertura da conferência internacional "Wines of Portugal", no Porto.
Numa sala onde estavam 200 conferêncistas estrangeiros ligados ao setor, desde jornalistas a enólogos, escanções e importadores, o Ministro António Serrano apresentou o vinho como "um exemplo" na agricultura portuguesa, "um setor primeiro e não apenas primário, na ultrapassagem da crise que vivemos".
Aproveitando o mote desta conferência, em que a organização da Viniportugal convidou os participantes a "Descobrir a Touriga Nacional", o ministro destacou como primeiro desafio do setor "a preservação das cerca de 250 variedades de castas existentes no país".
10% das castas do mundo
Jancis Robinson, uma das mais reputadas especialistas internacionais no setor dos vinhos, dedicou, também, algum tempo da sua intervenção às castas portuguesas, sublinhando que o pequeno território nacional terá 10% das castas do mundo.
Transformar esta diversidade num dos trunfos da viticultura nacional é um dos desafios que Portugal tem, agora, pela frente, de forma a aproveitar o potencial aberto pela chegada ao mercado de pequenos importadores independentes que contrariam o domínio da grande distribuição, oferecendo "produtos únicos, com identidade e caráter, diretamente ao consumidor", sublinhou.
A promoção da imagem de Portugal e a ligação do vinho ao turismo e à gastronomia foram, também, apontados como pontos a trabalhar para capitalizar o potencial dos vinhos portugueses.
Crescimento de 55% no Brasil
Outro dos desafios da viticultura lusa é "unir esforços e trabalhar em conjunto". O olhar externo de Jancis Robinson, tal como o de Charles Metcalfe, outro especialista internacional do setor, não percebe a fragmentação entre os vinhos de mesa, vinho do Porto e vinho da Madeira. Por isso, defendem:"Quanto mais depressa as barreiras entre eles caírem, melhor".
Francisco Borba, presidente da Viniportugal, mostrou-se confiante quanto ao futuro da vitivinicultura nacional. E, a justificar o otimismo, apresentou indicadores relativos ao vinho de mesa, com um crescimento nas exportações de 11% no primeiro semestre. No Brasil e Estados Unidos, o aumento das vendas atingiu 55% e 36%, respetivamente, "ultrapassando as nossas melhores expetativas", disse.