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Cimeira Ibérica: Participantes no encontro de Zamora vão brindar com vinho 'ibérico'

Lusa | 21-01-2009 | Geral, Outros
Os participantes na 24ª Cimeira luso-espanhola que decorre quinta-feira na cidade de Zamora (Espanha) vão brindar com um vinho 'ibérico' que nasceu de um 'coupage' de uvas dos dois lados da fronteira.
Os participantes na 24ª Cimeira luso-espanhola que decorre quinta-feira na cidade de Zamora (Espanha) vão brindar com um vinho 'ibérico' que nasceu de um 'coupage' de uvas dos dois lados da fronteira.

O "Duradero" nasceu em 2005 quando se decidiu reunir uvas da Quinta do Portal (Celeiros do Douro), no lado português do Douro, com uvas das Caves Liberalia Enológica (Zamora), do lado espanhol do rio transfronteiriço.

Especialmente bem acolhido pelo mercado, chegando a merecer 90 valores em algumas das mais prestigiadas publicações enólogas de Portugal e Espanha, é descrito com um vinho "especial" fabricado com uvas Roriz portuguesa e uvas 'toro' espanhol.

O nome do vinho foi retirado de versos do mais famoso poeta zamorano, Claudio Rodríguez, que sempre dedicou especial atenção ao Douro.

O primeiro encontro entre responsáveis das duas produtoras ocorreu no âmbito do encontro vitivinícola Vinos Duri, que decorreu na cidade de Zamora em 2005.

Para os responsáveis da iniciativa trata-se de uma forma de colaboração importante entre os dois lados da fronteira, potenciando ao mesmo tempo a imagem vitivinícola do Douro.

"É um vinho de auréola negra, com aromas a fruta muito madura e com indícios de chocolate. Vinho encorpado com boa persistência. Vale a pena guardar umas garrafas para daqui a uns anitos. Bom vinho", lê-se numa critica ao Duradero no site WineCellar

Para a revista "Blue Wine" o Duradero nasce de um "casamento há muito desejado", assinado pelos enólogos Paulo Coutinho e Sílvia Garcia, e que representa "uma união transfronteiriça que se baseia num legado histórico comum, de um rio que simbolicamente banha os dois países e os enlaça.

"É um vinho que tem um rio a correr nas veias. Consegue o nobre feito de casar dois países dentro de uma garrafa e galgar fronteiras", explica a revista.

O projecto do Douro surge depois de outras iniciativas vinícolas transfronteiriças, entre as quais um projecto do Dão Sul que misturou uva Touriga Nacional da Quinta das Tecedeiras e uva Garnatxa Roja dos vinhedos Ithaca (região espanhola de Priorat).

A Quinta do Portal aposta no conceito da 'boutique winery' produzindo vinhos DOC Douro, Porto, Moscatel e espumantes enquanto a Liberalia Enológica é um casa familiar que elabora vinhos de gama alta, a partir de vinhedos com idades entre os 30 e os 100 anos.

Num recente artigo de opinião no La Opinion de Zamora, Caren Ferreras Sebastian, diz que o projecto do vinho é o melhor símbolo da cimeira luso-espanhola, porque "nasce do bom entendimento, da amizade e da proximidade" entre os dois países.

"Neste ocasião, Portugal e Espanha brindarão e estarão mais próximos graças a um vinho de ambos, a vinhos que se juntaram convenientemente, que se enriqueceram nobremente e que deram lugar a um tinto excelente", escreve.

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