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Vinho português cria marcas para vender no mercado chinês

Jornal de Negócios | 15-09-2008 | Geral, Economia
Just Wine quer vender 828 mil garrafas na China no próximo ano.
Conheceu o Oriente no seu negócio de compra e venda de vestuário. Mas a China é um mundo e, com o conhecimento certo, pode ser uma oportunidade grande de negócio no sector agro-alimentar. Gonçalo Bello, 43 anos, e os seus sócios começaram pela exportação de vinhos, mas hoje já pensam expandir ao azeite, ao café e, no futuro, quem sabe, a outros produtos portugueses.

Com dois sócios em Portugal convidou três portugueses em Macau para o negócio. A Just Wine começou a sua actividade em 2006, com três objectivos em mente: "vender vinho de qualidade na China, acompanhar de perto o produtor e ter marcas próprias".

Foram criadas três insígnias, Infinitae, Macao e Regente, cada uma com alvos próprios. Uma destina-se a uma gama mais alta, outra para uma gama mais baixa e outra essencialmente a pensar nas ofertas.

Sem apoios públicos, o grupo de seis accionistas fez um investimento inicial de 150 mil euros. E recentemente adquiriu um armazém em Macau. Os vinhos estão a ser colocados na região de Cantão, através de um distribuidor chinês que garantiu o exclusivo das três marcas. A ele cabe toda a campanha de "marketing" e de promoção dos produtos, ainda que a Just Wine dê uma ajuda. O negócio é, assim, tripartido. A Just Wine contrata a produção, embalamento e rotulagem dos vinhos. Vende à Unidos, dos mesmos accionistas, uma empresa de Macau que importa os vinhos para os vender à tal companhia chinesa.

Os produtores das vários vinhos, aguardentes e espumantes - são 13 referências, de 15 que a empresa quer ter - escolhidos pela Just Wine têm de garantir chave na mão. Produzir, embalar e rotular. Não há produtores exclusivos, mas Gonçalo Bello admite ter alguns preferenciais. E escolhe produtos de todas as regiões vinícolas.

Não sendo para nenhum dos sócios, que Gonçalo Bello preferiu não identificar, a actividade principal, a Just Wine está a conquistar mercado. No primeiro ano de actividade, em 2007, a empresa despachou quatro contentores, o mesmo é dizer colocou na China e em Macau 55,2 mil garrafas. Este ano, em dois meses, já colocou 13 contentores, ou 179,4 mil garrafas, tendo em conta que, como referiu ao Negócios Gonçalo Bello um contentor transporta cerca de 13.800 garrafas. E espera despachar mais 20 contentores até ao final do ano.

Gonçalo Bello admite, ainda, que a partir de Janeiro pretende enviar por mês cinco contentores com vinho, no mínimo. O que daria, nos doze meses, mais 828 mil garrafas. Se estas fossem todas de 0,75 litros, a Just Wine levaria para a China, no próximo ano, 6,2 mil hectolitros. Ora, o mercado chinês absorveu, em 2007, 7,6 mil hectolitros de vinho português.

Gonçalo Bello não esconde que o conhecimento do mercado é crucial e, por isso, admite levar outros produtos até ao "Império do Meio". Azeite, café, amêndoa amarga e vinho do Porto são alguns dos projectos.

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