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Consumidores americanos querem "verdade" nos rótulos com denominação de origem

Lusa | 15-05-2008 | Geral, Outros
Os consumidores norte-americanos não gostam de se sentir enganados e querem que a legislação dos Estados Unidos proíba a rotulagem abusiva de vinhos não oriundos de determinadas zonas de origem, revela um estudo hoje divulgado.
De acordo com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, estes resultados enquadram-se no programa que está a ser desenvolvido desde 2005 nos EUA pelo Centro para as Origens do Vinho, de que o IVDP é membro - em parceria com as entidades representativas do champanhe (CIVC) e do xerez (FEDJEREZ) - para a divulgação das denominações de origem.

O objectivo, explica, é proteger os consumidores e os produtos realmente originais, como o vinho do Porto, o champanhe e o xerez, de outros com as mesmas características mas não originários daquelas regiões demarcadas.

Segundo os resultados do estudo realizado nos EUA, 79 por cento dos inquiridos concordam que o consumidor deve estar protegido contra falsas indicações nos rótulos dos vinhos ou outros produtos alimentares.

Conforme destaca o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, 63 por cento concordam mesmo que a legislação americana proíba a rotulagem enganadora, "pois crêem que seria a melhor forma de proteger, a nível mundial, as verdadeiras indicações geográficas ou denominações de origem".

Para perto de 70 por cento dos inquiridos, é uma questão de "colocar a verdade nos rótulos".

Desde Março de 2006, está em vigor o Acordo do Vinho entre a União Europeia e os EUA que proíbe o uso de novos rótulos utilizando 17 denominações de origem, incluindo o Porto, champanhe e xerez, para produtos não originários destas regiões.

Contudo, e segundo o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, a utilização abusiva destas denominações de origem ainda é uma realidade em alguns rótulos de vinho comercializados nos EUA.

De acordo com o Instituto português, o trabalho desenvolvido pelo Centro para as Origens do Vinho tem permitido perceber que as leis actualmente em vigor nos EUA "não protegem os interesses demonstrados pelos consumidores".

"Apesar dos consumidores rejeitarem, cada vez mais, o uso de informação enganadora por parte de alguns produtores americanos, o governo americano ainda não proibiu esta prática por parte dos seus produtores conterrâneos", sustenta.

Como consequência, os termos Porto, champanhe e xerez continuam a ser usados para designar vinhos produzidos dentro do território americano que concorrem depois legalmente, naquele mercado, com os produtos europeus, podendo "levar ao engano do consumidor".

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