Associação de Municípios do Vinho reclama abertura do maior museu do sector
O secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) reclamou ontem em Alcobaça a reabertura do Museu do Vinho da cidade, o maior do género em todo o país.
Durante uma visita às instalações do museu, encerrado desde Julho do ano passado, José Arruda garantiu que a AMPV está disponível para integrar uma futura fundação que venha a gerir o espaço.
O museu foi encerrado depois dos funcionários terem passado para o quadro de mobilidade da função pública e, desde então, permanece fechado ao público, mas ontem, Maria João Pires, técnica superiora do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) que acompanhou a visita, explicou que aquele organismo está disponível para ceder a gestão do espaço à autarquia local.
"O IVV está aberto a isso e têm decorrido diligências nesse sentido", afirmou, salientando que este é o único museu que o organismo possui e é considerado como o mais rico do país, quer ao nível de espólio quer ao nível de instalações.
O Museu Nacional do Vinho está instalado numa antiga adega fundada em 1875 por José Eduardo Raposo de Magalhães e funciona como espaço de exposições desde 1986, possuindo peças etnográficas únicas, num espólio que conta com doações e aquisições em antiquários.
O museu conta com um acervo de cerca de dez mil peças distribuídas pela adega, enquanto em espaços adjacentes existe uma abegoaria (armazém de alfaias agrícolas), uma oficina de tanoaria e uma taberna.
Para o secretário-geral da APMV, este espaço pode ser uma "oportunidade importante" para a promoção do sector vinícola, integrando-o na rede de museus do vinho, que inclui 22 equipamentos distribuídos por todo o país.
"Queremos dinamizar esta rede" com "circuitos turísticos complementares" e Alcobaça seria um dos pontos altos dessa articulação, devido à sua riqueza patrimonial.
Presente na visita, Eduardo Nogueira, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Alcobaça, reafirmou a abertura da autarquia à possibilidade de vir a gerir o museu, mas desde que as "regras estejam claras".
Nas últimas semanas, a autarquia recebeu um ofício do IVV propondo a cessão de exploração do espaço mas a autarquia quer que seja feita uma vistoria do espólio e das condições estruturais dos edifícios.
"A Câmara não está disponível para fazer obras de beneficiação sem qualquer compensação" do IVV, explicou o representante da autarquia, salientando que o caso está a ser estudado pelos serviços jurídicos municipais.
De qualquer modo, "achamos que temos capacidade e vocação de gerir este museu", acrescentou Eduardo Nogueira.