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Jaime Silva diz que competitividade na agricultura só será garantida nas fileiras definidas pelo Governo

Agroportal | 19-09-2007 | Geral, Economia, Outros
O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas reiterou ontem que os agricultores que queiram efectivas garantias de competitividade devem apostar numa das quatro fileiras definidas pelo Governo na estratégia para o sector até 2013.

"Se Portugal definiu estas quatro fileiras é porque é aí que tem mais condições de competitividade", afirmou Jaime Silva em conferência de imprensa, referindo-se à opção de reforçar os apoios, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Rural para o período 2007-2013, aos sectores das frutas, legumes e flores, vinho, olival e fileiras de qualidade.

As fileiras agro-alimentares foram ontem o tema central da sessão plenária que encerrou, na Alfândega do Porto, os três dias da reunião informal de ministros da Agricultura da União Europeia (UE), que contou ainda com a presença dos três candidatos à adesão (Turquia, Moldávia e Croácia) e, pela primeira vez, do presidente do Comité da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu.

Para além da aposta nestes sectores definidos pelo Governo, Jaime Silva destacou a importância de encarar a actividade "numa lógica de fileira", desde a produção à venda, concentrando a oferta e acrescentando valor ao produto ao longo da cadeia de produção.

"Não podemos continuar a olhar para cada agricultor individualmente quando ele apresenta os projectos de investimento e ignorar aonde ele está", afirmou, salientando que "muita da pequena agricultura portuguesa não tem condições de competitividade, mas tê-las-á se concentrar a oferta e, ainda mais, se juntar valor ao produto com um simples acrescento que é própria embalagem".

"Se, além disso - acrescentou - houver ainda transformação, mais valor acrescentado e emprego ficam na região".

Isto porque, frisou, "a lógica de fileira tem de funcionar para toda a agricultura portuguesa".

De acordo com Jaime Silva, um dos objectivos centrais da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) é devolver a dignidade ao mundo rural - que representa 80 por cento do território da UE e 90 por cento do espaço português - fazendo dos agricultores "empresários agrícolas" e incentivando os jovens a apostar num sector de futuro.

"Ignorámos durante muito tempo o papel da agricultura na criação de emprego e no desenvolvimento das regiões e, por isso, as nossas aldeias e campos estão cada vez mais desertos", afirmou o ministro.

A importância de aprofundamento do debate em torno das políticas de desenvolvimento rural foi também apontada pela comissária europeia da Agricultura, Mariann Fischer-Boel, que aproveitou a oportunidade para saudar a Presidência Portuguesa pela forma como organizou este encontro informal de ministros.

Salientando que caberá a cada país da UE definir quais as fileiras agro-alimentares prioritárias, a comissária afirmou que os agricultores "devem ir ao encontro das expectativas do mercado e agarrar as oportunidades", não sendo de todo o objectivo obter "uma produção uniforme em toda a Europa".

Na mesma linha, o ministro da Agricultura da Eslovénia, país que ocupará a próxima presidência da UE a partir de Janeiro de 2008, afirmou que "a bitola está muito alta" para o seu país, que terá "muita dificuldade em estar à altura da qualidade da organização portuguesa".

Segundo Iztok Jarc, a agricultura tem um peso modesto, na ordem dos dois por cento, no produto interno bruto esloveno, mas representa um importante papel na sociedade e, por isso, a presidência da Eslovénia nesta matéria "vai ser um desafio".

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