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Sogrape abandona G7 ao fim de 14 anos por não se rever mais no projecto

Grupo dos Sete está em período de reflexão e analisará novos candidatos

Jornal de Negócios | 29-01-2007 | Geral, Outros
A Sogrape deu um "murro no estômago" ao Grupo dos Sete (G7), anunciando o abandono do projecto que ajudou a fundar há 14 anos. Mantêm-se as Caves Aliança, Aveleda, Bacalhoa, Finagra, José Maria da Fonseca e Messias.

A entrada de um novo membro não será difícil, pois o G7 tem já várias para analisar à luz de um regulamento interno e posteriormente sujeitas a votação, que terá quer ser unânime. Um processo que pode durar alguns meses. Num comunicado, onde é apontado "um novo ciclo", o G7 esclarece que "irá passar por um período de reflexão" e que novas adesões "serão analisadas na devida altura".

O G7 teve na passada quinta-feira uma reunião de direcção onde foi - para além de comunicada a saída da Sogrape - aprovado o plano de actividades para 2007 com um orçamento de dois milhões de euros, merecendo o apoio do INGA e do Prime. Em causa está a presença nas principais feiras mundiais do sector, acções de degustação e outras iniciativas em prol dos vinhos de mesa portugueses. Os destinos são muitos: China, Japão, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Escandinávia, Alemanha, Reino Unido e Espanha, entre outros. Acrescem convites a quase uma centena de jornalistas estrangeiros para conhecer os vinhos nacionais.

"Acreditamos que é fundamental permanecermos unidos neste momento e que o propósito do agrupamento se mantém mais actual do que nunca. Só com a união destas empresas, que têm um peso significativo nas vendas de vinho português no estrangeiro, teremos massa crítica suficiente para alcançar os objectivos do grupo", afirmou Paulo Amorim, presidente do G7 (desde a fundação).

No futuro, o Grupo dos Sete (agora são seis) estima concretizar ambições antigas, como a criação de uma marca comum (de seu nome Sette), uma antena comercial nos Países Bálticos (Lituânia, Letónia e Estónia) e a aliança a grupos portugueses numa central de compras.

Questionado sobre a saída da Sogrape, Paulo Amorim disse apenas que a companhia "já não se revia no projecto". O Jornal de Negócios contactou a Sogrape, mas não obteve resposta.

Contudo fontes do sector contam que o mal-estar no G7 terá começado a partir do momento em que se tornou pública a eventual contratação de Paulo Amorim (que nunca confirmou nem desmentiu o facto) para representante dos interesses de Joe Berardo na Sogrape. O empresário madeirense adquiriu recentemente 35% da sociedade que controla a Sogrape, a maior empresa nacional de vinhos. A família Guedes não gostou desta "tomada hostil" e o caso está em tribunal.

Paulo Amorim abandonou antes do Verão a Aveleda, onde trabalhava há duas décadas. Além de ser presidente do G7, também lidera a ANCEVE - Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas e é vice-presidente da ViniPortugal.

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