O Vallado produz quatro vinhos tintos, dois brancos e Porto de marca própria. São 300 mil garrafas por ano

 

A Quinta do Vallado, um dos cinco parceiros do grupo «Douro Boys», conquistou em Londres, pelo segundo ano consecutivo, a medalha de ouro no International Wine Challenge e um troféu especial para o melhor vinho tinto do Douro.

 

As distinções atribuídas no maior concurso de vinhos aos Vallado - Reserva 2003 e 2004 vêm consolidar o prestígio internacional da Quinta numa altura em que a sexta geração da família de D. Antónia Adelaide Ferreira está a estrear-se no enoturismo e quer alargar a sua base de produção, no Baixo Corgo, ao Douro Superior.

 

«Queremos comprar terras no Douro Superior para ter acesso a vinhas de diferentes zonas do Douro e garantir alternativas na selecção das uvas para os nossos vinhos», explicou ao EXPRESSO João Álvares Ribeiro, tetraneto da Ferreirinha e um dos responsáveis pela estratégia seguida no Vallado.

 

Habituado a produzir vinho do Porto para a Casa Ferreira desde o século XVIII, o Vallado estreou-se nos vinhos de mesa de marca própria apenas há uma década, depois da venda da Ferreira à Sogrape. Nas duas margens do Corgo, a cinco km da Régua, foram, então, investidos €2,5 milhões na replantação de 2/3 dos 70 hectares de vinha da Quinta e infra-estruturas.

 

Foi lá que Francisco Olazabal se estreou como enólogo e é lá que está um dos eixos dos «Douro Boys», grupo de cinco produtores reconhecidos internacionalmente como exemplo da modernidade da enologia duriense.

 

A Quinta começou com uma produção de apenas 20 mil garrafas e dois vinhos, um branco e um tinto. Hoje faz 300 mil, com duas referências de branco e quatro de tinto, mas o Vallado - Reserva só é produzido quando a vindima oferece garantia de qualidade, como aconteceu nos dois últimos anos. Mantém, também, a tradição de fazer vinho do Porto, que representa 5% do total.

 

O mercado externo vale metade das vendas e divide-se entre os EUA, Canadá, Escandinávia, Brasil e Inglaterra, onde o Vallado acaba de ser «contratado» pelo Chelsea de Abramovich e Mourinho para uma entrega mensal de 500 garrafas.

 

As novas tendências estão a puxar, também, pelos brancos e a Quinta, depois de investir €1,5 milhões para recuperar a casa principal, de 1716, com o arquitecto Manuel Magalhães, e lançar-se no enoturismo, prepara já a segunda fase do projecto, agora com assinatura de Souto Moura, que também vai criar uma adega de barricas subterrânea.