Produtores do Alentejo querem aumentar exportações com aposta na China
Diário Económico | 17-01-2006
Os produtores de vinho do Alentejo vão reforçar este ano a aposta no mercado chinês, ao abrigo de uma estratégia destinada a aumentar as exportações, que atingiram os 10% em 2005.
As adegas cooperativas de Redondo e Borba e uma empresa de Estremoz são alguns dos produtores empenhados no aumento das exportações de vinho para mercados alternativos, como o chinês, segundo responsáveis do sector contactados pela Agência Lusa.
De acordo com dados da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), as exportações de vinho do Alentejo atingiram 10% da produção em 2005, com aumentos significativos para os mercados da Alemanha e Suiça.
Brasil, Estados Unidos, Bélgica, França, Luxemburgo e Holanda são outros dos mercados que compram os vinhos da região, que começam também a ser exportados para países como a China, Japão, Vietname e Tailândia.
Em 2005 a produção de vinho do Alentejo totalizou 60 milhões de litros.
Depois da Adega Cooperativa de Borba ter lançado, no final do ano passado, os seus vinhos na China, na cidade de Taizhou, próxima de Xangai, também a marca "Porta de Santa Catarina", de Estremoz, manifestou idêntica aposta.
No caso da Adega Cooperativa de Redondo, o director de produção, Jorge Novelo, adiantou hoje à agência Lusa que a empresa "tem contactos interessantes" para começar a exportar para a China até Março deste ano, prosseguindo "uma estratégia que visa o aumento das exportações".
A Cooperativa de Redondo exporta actualmente cerca de 5% da sua produção, sobretudo para o Brasil, Estados Unidos, Luxemburgo, França, Bélgica e Alemanha.
Além do aumento das exportações para mercados alternativos, sobretudo para a China e Inglaterra, a adega tenciona ainda consolidar as exportações para os países com os quais já trabalha e onde as comunidades portuguesas têm grande implantação, explicou.
Segundo Jorge Novelo, a Adega Cooperativa de Redondo produziu no ano passado cerca de nove milhões de litros de vinho e a actividade ficou marcada por um resultado de vinhos de "boa qualidade", apesar da produção ter diminuindo mais de 20% relativamente a 2004.
O responsável realçou ainda que a empresa vendeu em 2005 cerca de 15 milhões de garrafas de vinho, número que representa um aumento das vendas, principalmente da marca "Porta da Ravessa", que subiu cerca de 20% em relação a 2004.
O director de produção da unidade adiantou ainda que a adega vai desenvolver em 2006 um conjunto de investimentos, orçados em um milhão de euros, visando a melhoria da qualidade do vinho e a construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).
Fundada em 1956, a Adega Cooperativa de Redondo comemora este ano o seu cinquentenário e os responsáveis vão organizar um programa para celebrar a efeméride e lançar no mercado um vinho garrafeira que está a ser preparado desde 2001.
A Adega Cooperativa de Redondo reúne cerca de 300 viticultores que cultivam uma área de 2700 hectares, nos concelhos alentejanos de Redondo, Alandroal e Évora.
O volume de negócios da Adega, em 2005, cifrou-se em mais de 20 milhões de euros.