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Ribatejo: Apenas 10% dos vinhos são certificados

Agroportal | 29-03-2006
Apenas dez por cento dos vinhos do Ribatejo são certificados, uma situação que está a dificultar a implantação deste produto nos mercados, apesar da qualidade média atingida por muitos produtores, disse fonte da Comissão Vitivinícola.
O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo (CVRR), Pedro Castro Rego, disse à Lusa que existem apenas 62 produtores certificados em toda a região, o que contribui para a baixa percentagem de vinhos com garantia de qualidade.
Por outro lado, disse, está o facto de 20 por cento da produção se dedicar à destilação, vindo a dar outro tipo de bebidas que não o vinho.
"Há regiões do país onde se certifica mais de 90 por cento daquilo que se produz", reconheceu Castro rego, que aponta a falta de qualificação dos produtos regionais como uma das razões para as dificuldades de implantação nos mercados.
No entanto, apesar do reduzido número de vinhos certificados, cerca de 30 por cento deste lote é destinado à exportação o que indica a existência de mercados receptivos à produção vitivinícola do Ribatejo.
"Temos a consciência que temos muito mais qualidade neste produto do que o reconhecimento que lhe é dado", afirmou por outro lado o governador civil de Santarém, Paulo Fonseca, considerando que este sector constitui um "cluster da região" que deve ser potenciado.
Nesse sentido, o Governo Civil de Santarém e a CVRR decidiram realizar o primeiro Fórum Vitivinícola do Ribatejo no próximo dia 07 de Abril, uma iniciativa onde serão sentados na mesma mesa produtores, economistas, distribuidores e restaurantes de modo a estabelecer uma estratégia comum da valorização deste produto.
O objectivo é "quebrar o ciclo vicioso" que existe em torno do vinho do Ribatejo, desde a "produção ao consumo", através de acções de promoção nas grandes superfícies, nos canais de distribuição e nos restaurantes.
Por outro lado, também "tem de ser a região a consumir os seus vinhos", acrescentou Castro Rego, que aponta o próximo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) como uma oportunidade de investimento que os vinhos do Ribatejo não devem perder para se qualificarem.
A primeira prioridade será sensibilizar os restaurantes do distrito a apostarem no vinho do Ribatejo, uma situação que não sucede, ao contrário do que acontece noutras zonas do país.
Assim, a organização do Fórum Vitivinícola do Ribatejo convidou os restaurantes do distrito para participar no evento, de modo a sensibilizá-los para a necessidade de valorizarem o vinho regional nas suas cartas.
Depois, a aposta passa por "investir na distribuição e nos canais de escoamento" uma estratégia associada a "um marketing e uma imagem" competitiva no país e no exterior.
Associado à Feira Nacional de Agricultura a realizar entre 10 e 18 de Junho, o Governo Civil de Santarém e a CVR vão realizar o Festival Nacional do Vinho numa acção de valorização deste produto, reunindo produtores de todo o país.
Para Mário Louro, director do festival, esta iniciativa vai incluir mostras de produtos de todas as regiões demarcadas do país, dando ainda uma particular atenção à formação dos consumidores.
Questões como a temperatura, os aromas, o tipo de produção ou o modelo de copo a utilizar serão algumas das matérias que serão objecto dessa formação a ministrar aos visitantes que acorrerem por esses dias ao Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.

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