Consumidores são sobretudo pessoas com mais de 65 anos
Vinho do Porto na mesa dos mais velhos
O Primeiro de Janeiro | 08-05-2006
Dos visitantes das caves de vinho do Porto, a maioria bebe este aperitivo menos do que uma vez por mês. Os grandes consumidores estão nas pessoas mais velhas, sobretudo com mais de 65 anos, e nos brasileiros que bebem este néctar dos deuses mais do que duas vezes por mês.
A maioria dos consumidores de Vinho do Porto bebe menos do que uma vez por mês e os maiores consumidores são brasileiros com mais de 65 anos. Este perfil tipo do consumidor está traçado num estudo aplicado aos visitantes das caves de Vinho do Porto entre Junho e Dezembro do ano passado, realizado para Associação de Empresas do Vinho do Porto (AEVP) pela Escola de Negócios e Administração. O objectivo deste estudo, segundo o coordenador Aguiar Falcão de Castro, foi conhecer melhor os visitantes das caves para poder oferecer um produto mais apropriado.
Das perto de 2.000 pessoas entrevistadas no final de visitas a caves 58 por cento respondeu ter por hábito beber Vinho do Porto: 34 por cento bebe menos do que uma vez por mês, 29,2 por cento bebe entre uma a duas vezes por mês e 29,1 por cento bebe mais do que duas vezes por mês. Atendendo às nacionalidades dos entrevistados são os brasileiros que admitem beber com maior frequência, seguidos dos portugueses. Contudo, senão atendermos a esta cadência o hábito de beber Vinho do Porto foi respondido por uma maioria de franceses, belgas, portugueses, dinamarqueses, canadianos e brasileiros. No fundo da tabela estão os italianos e espanhóis.
Os visitantes das caves que responderam não ter o hábito de consumir Vinho do Porto são sobretudo pessoas mais jovens: 52 por cento tem entre 15 e 24 anos e 47 por cento tem entre 25 e 34 anos. Estas respostas foram dadas com maior frequência nas caves da Offley, Quinta do Noval, Calém e Sandeman.
Ingleses conhecem pouco a história do Vinho do Porto!
A maioria dos visitantes das caves assumiu ter um conhecimento baixo sobre assuntos relacionados com o Vinho do Porto como a sua história ou as categorias que são produzidas. O maior conhecimento acaba por ser sobre a região que produz este bem, sobretudo por portugueses e alemães, e a história do Vinho do Porto é o assunto menos conhecido pelos visitantes, nomeadamente por ingleses. Quando questionados por que motivo decidiram visitar as caves, metade respondeu ter curiosidade de conhecer estes locais, 42 por cento por ser apreciador de Vinho do Porto e 41 por cento por ser um produto que é símbolo da cultura portuguesa. Já os motivos menos assinalados foram a partir de conselhos de terceiros (nove por cento) e a inclusão da visita às caves em roteiros turísticos (quatro por cento). Para a escolha da cave que acabaram por visitar 40 por cento refere que foi a partir de publicidade: 17 por cento optou pela notoriedade da marca e da cave, oito por cento decidiram com recurso à indicação de conhecidos e seis por cento recebeu um convite para a visita.
Relativamente aos serviços mais procurados nas caves 76 por cento visitou o espaço, 75 por cento fez a prova do vinho, destacando-se uma maioria de espanhóis, e metade pediu ao guia que traduzisse a visita. A tradução foi feita para a grande maioria dos franceses, canadianos, belgas e ingleses. Já dos serviços menos usados, que não usufruíram e sublinharam que não tinham intenção de o fazer, 83 por cento não optou por visitas para grupos e 77 por cento por comprar Vinho do Porto no final da visita.
Caves | Perfil dos visitantes
Do estudo realizado para a AEVP conclui-se que a grande maioria dos visitantes das caves de Vinho do Porto no último semestre do ano passado foram europeus, havendo uma minoria de americanos. Dos europeus, os que mais procuraram foram os portugueses (16 por cento), franceses (14 por cento) e espanhóis (11 por cento). Já nos americanos há uma prevalência maior de brasileiros (oito por cento). Sabe-se também que a maioria dos visitantes foi pela primeira vez a uma cave e que são os portugueses os que mais repetem as visitas. Dos que vão mais do que uma vez, 87 por cento realizou até quatro visitas.