Aurélio de Carvalho, Presidente da Cooperativa Agrícola

"O vinho verde é um produto prestigiado e apreciado"

Como está o sector no país e no concelho?

A situação dos vinhos em geral não é boa é má. Não sabemos concretamente de a baixa do consumo está apenas relacionada com a crise económica do país. As taxas e os impostos também não ajudam. O vinho verde tem aumentado as vendas a nível nacional e internacional. Temos taxas pequenas de crescimento mas registámos que não tem havido estagnação. Podemos considerar os aumentos, que são de cerca de 6 por cento, razoáveis. As taxas de aumento no consumo não se verificam nem nas garrafas de litro nem nos garrafões mas sim nas garrafas de 0,75 cl, que, no fundo, reconheço pode ser porque algumas marcas apresentam preços nestas garrafas que são baixos.

Que lugar ocupa Felgueiras dentro do sector do ponto de vista da comercialização do famoso vinho verde?

Ao nível da região, Felgueiras é o segundo ou terceiro produtor de vinhos. Ao nível da comercialização, temos sempre algum cuidado em dar números O que sabemos é que a marca Felgueiras é a terceira a nível nacional.

E em relação aos preços que diferenças há dentro do segmento?

Há diferenças porque outros vendem por preços mais elevados.

Mas, o vinho verde de Felgueiras continua a ser um produto apreciado?

Sim, sem dúvida. É um produto apareciado e prestigiado. O vinho verde de Felgueiras é reconhecido como de qualidade. O nome Felgueiras é um nome associado a vinhos bons de qualidade, o que para nós é uma vantagem. O nosso produto é visto nas prateleiras e merece a confiança dos consumidores. É um vinho suave, fresco e que se bebe bem, devido às alterações feitas ao nível das castas. É, em suma, um produto de prestígio e com qualidade reconhecida no mercado.

Como viu a criação do Confraria do Vinho de Felgueiras?

Foi um passo positivo. Posso dizer que a Confraria é uma iniciativa válida da autarquia sem esquecer os agentes económicos do sector que também se empenharam neste processo. A autarquia deu o mote para que a Confraria fosse criada. Se neste momento, a Câmara e os agentes económicos derem as mãos, poderemos tirar dividendos. É necessário promover o bom nome dos vinhos de Felgueiras. Se a Confraria ficar só pela cerimónia que decorreu recentementeaquandodaentronização dos Confrades, não justificará a sua criação. Mas estou convicto que todos vamos dar passos para que o vinho de Felgueiras chegue bem longe através da Confraria.

Não sei de que forma será possível fazer a promoção, mas há ideias e temos de as pensar bem no sentido de fazer uma boa promoção do vinho e do nome de Felgueiras não só a nível nacional mas também a nível internacional. A título de exemplo ainda há pouco recebi a abertura do mercado da Ucrânia, o que aqui há uns anos não seria muito previsível. Tentar a abertura a novos mercados é sempre possível. E temos de aproveitar bem as oportunidades que possam surgir.