Vinhos: Eurodeputada do PCP vai propor
Agroportal | 01-07-2006
A eurodeputada comunista Ilda Figueiredo disse hoje que vai pedir a Bruxelas que aprove a medida "destilação de crise" para Portugal, com o objectivo de permitir que as adegas cooperativas possam escoar os actuais stocks excedentários de vinho.
"Muitas das adegas do país não conseguem escoar o vinho que têm armazenado, pelo que nem têm espaço para a próxima campanha, nem a anterior foi paga aos produtores", salientou Ilda Figueiredo, após uma reunião de trabalho com a Adega Cooperativa do Fundão.
"Além da destilação normal, com volumes e preços regulados pela legislação e que dá origem a subprodutos como a aguardente, em épocas críticas há a possibilidade de recorrer à destilação de crise", sublinha.
A medida é financiada pela União Europeia, que pagará um valor negociado com o Estado por cada unidade de produção destilada.
"Não sabemos se o Governo já pediu a medida à Comissão Europeia, mas, da nossa parte, vamos tomar a iniciativa de levar o assunto a Bruxelas, na próxima semana", garantiu a eurodeputada.
"A destilação de crise justifica-se sempre que não se consegue escoar a produção ou para libertar instalações para receber uma nova produção, situações que actualmente se verificam", salientou Ilda Figueiredo.
No entanto, a eurodeputada não conseguiu apontar qual o número de adegas que precisam de recorrer à medida.
"O PCP não tem meios para fazer esse trabalho. O Ministério da Agricultura já devia estar no terreno a fazer esse trabalho", alertou.
A destilação de crise é apenas uma das medidas defendidas por Ilda Figueiredo para o sector dos vinhos.
"É necessária uma maior fiscalização nas importações, porque, em alguns casos, o vinho que vai para o mercado nem é vinho verdadeiro. São outras misturas vendidas como vinho", referiu.
Ilda Figueiredo opõe-se à liberalização do mercado do vinho, que a União Europeia vai discutir a partir de 12 de Julho.
"Nem Portugal, nem Espanha, nem outros países europeus podem competir com países que têm duas vindimas por ano, como a África do Sul ou a Austrália", concluiu.