Comemoração do Dia do Vinho do Porto prolongam-se por 11 dias
A segunda edição do Dia do Vinho do Porto, que decorre em setembro, prolonga-se por 11 dias com seminários, visitas a caves e museus, jantares vínicos, cocktails e provas que visam celebrar a Região Demarcada do Douro.
As iniciativas do Port Wine Day (Dia do Vinho do Porto) arrancam na quinta-feira, prologam-se até 13 de setembro e decorrem entre o Porto e vários municípios da mais antiga e regulamentada região demarcada do mundo.
Foi a 10 de setembro de 1756 que foi criada a Região Demarcada do Douro, através da criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, pelo Marques de Pombal.
"Fazia sentido termos uma data para fazermos uma evocação maior, uma chamada de atenção maior para o vinho do Porto", afirmou hoje à agência Lusa o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Manuel de Novaes Cabral.
O responsável salientou que a primeira experiência no ano passado "correu bem" e a iniciativa repete-se em 2015 por mais dias e com mais intervenientes que "querem promover o vinho do Porto e promover-se com este produto".
"O Port Wine Day este ano assenta raízes", salientou Manuel Cabral.
O programa prevê a realização de uma grande prova de vinhos, o "Porto convida o Douro", que vai contar com a presença de 34 empresas e 340 vinhos, enquanto na masterclass "Os anos setenta -- um Porto por ano" vão participar 15 empresas com 17 marcas.
Realizar-se-ão ainda 13 jantares vínicos, 27 restaurantes integram a rota "À mesa com Porto", quatro museus e equipamentos culturais vão ter atividades e condições especiais, 14 caves de vinho do Porto fazem programas especiais, para todas as idades, e várias lojas vão decorar montras.
Haverá ainda lugar para duas conferências internacionais, com a participação de 20 oradores portugueses e estrangeiros.
"As diversas entidades reconhecem-se na ação, tendo assumido o vinho do Porto como elemento de promoção", salientou Manuel Cabral.
O presidente do IVDP sublinhou que "o vinho do Porto tem efetivamente uma grande força e uma grande capacidade mobilizadora". "E nós estamos a aproveitar essa capacidade mobilizadora, estamos a utilizar essa capacidade como uma semente", sustentou.
Manuel Cabral referiu que, nos últimos anos, a "linha de comercialização do vinho do Porto tem-se mantido mais ou menos estável", destacando que o "mercado nacional continua a crescer sensivelmente"
A nível nacional, na sua opinião, "há uma redescoberta do vinho do Porto".
"Este ano, em termos de quantidade, está ligeiramente em baixa, mas em termos de valor ela está a subir. O que quer dizer que o preço médio está a aumentar (...), que estamos a valorizar o produto e um dos objetivos principais é valorizar o produto", sublinhou.
Entre janeiro e junho, foram vendidos 3,5 milhões de caixas (cada com nove litros) de vinho do Porto, menos 0,8% do que em igual período do ano passado. Por sua vez, o volume de negócios ultrapassou os 141 milhões de euros, mais 1% do que no período homólogo de 2014.
Manuel Cabral salientou que a estratégia para melhorar passa por encontrar "novos mercados mas sem tirar o pé dos mercados tradicionais". Os dez primeiros mercados, liderados pela França, concentram mais de 90% da comercialização.
"Temos de encontrar novas formas de consumo, novos momentos de consumo e novos consumidores", afirmou.
O IVDP, com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, tem como missão promover e garantir o controlo da qualidade e quantidade dos vinhos do Douro e Porto.