Brasil quer travar importação de vinhos portugueses
O Governo de Dilma Rousseff abriu uma investigação para ponderar a introdução de medidas de salvaguarda sobre as importações brasileiras de vinho.
É uma má notícia para os produtores de vinho portugueses, para quem o Brasil é já o quarto melhor destino para os vinhos. A Secretaria de Comércio Exterior pondera avançar com um aumento do imposto de importação ou mesmo a restrição quantitativa de vinhos estrangeiros para proteger os produtores brasileiros.
Segundo a informação avançada pela revista Veja, que cita uma nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, "as informações apresentadas continham indícios suficientes de que o crescimento das importações de vinhos ocorreu em condições que causaram prejuízo grave à indústria doméstica”.
Em 2011, a exportação de vinhos portugueses para o Brasil cresceram 14,1% em volume e 18,7% em valor, para 23,7 milhões de euros. Os 84.450 hectolitros exportados foram vendidos a um preço médio de 2,80 euros por litro.
Além das medidas penalizadoras para os produtos estrangeiros, um processo deste género permite ao sector brasileiro dos vinhos implementar um programa de ajustamento para as empresas concorrerem com as importações no final do período estimado para vigorarem estas medidas.
A “salvaguarda” é aplicada à totalidade das importações brasileiras, independentemente da origem, à excepção dos países do Mercosul e Israel.
Segundo a imprensa brasileira, os alvos principais são os vinhos portugueses, italianos e chilenos, No texto submetida aos responsáveis de Brasília, a indústria argumenta que os vinhos europeus tornaram-se mais baratos com a crise financeira internacional.
“Na esteira do desenfreado crescimento das importações, motivado por excesso de oferta, os preços caíram, obrigando os intermediários locais, a fim de evitarem estocagem, a desovarem seus produtos importados a preços mais reduzidos ainda".