A vantagem do nosso vinho é "falar" português
A ViniPortugal fundada em 1997, está vocacionada para a promoção dos vinhos portugueses em Angola e no resto do Mundo. Está presente no país há 11 anos e os seus responsáveis querem expandir a actividade a outros países de África.
"COMUNICAR com o vinho é dá-lo a provar". É com esta ideia em pano de fundo que a ViniPortugal vai realizar em Angola dois city-tastings (ou workshops vínicos), em Luanda, no dia 1 de Novembro, e na Huíla, no dia 3.
Estas actividades, segundo disse ao SOL Sónia Fernandes, gestora de mercados da ViniPortugal para África, América do Norte e do Sul, enquadram-se na "estratégia anual para o mercado angolano" e envolvem a promoção «através de provas, numa espécie de mini-formação para profissionais que trabalham com os vinhos, nomeadamente escanções, comerciantes, importadores de vinho e jornalistas».
De acordo com a ViniPortugal, as vendas no mercado angolano aumentaram 41% em valor e 37% em volume no primeiro semestre face ao homólogo. Neste período, as vendas atingiram 41 milhões de dólares (30 milhões de euros), ou seja, mais da metade do valor arrecadado em 2010 (cerca de 76 milhões de dólares).
"Angola representa 26 % das exportações dos vinhos portugueses", apesar da concorrência dos produtos chilenos, argentinos e sul-africanos, explica a responsável.
Fruto da receptividade do mercado angolano, as vendas dos vinhos portugueses crescem cada vez mais.
"A língua é uma vantagem"
"Em África trabalhamos sobretudo em Angola", explica a gestora, que reconhece o potencial dos restantes PALOP. "Há mercados no continente africano que estão a crescer muito. Moçambique é um deles e Cabo-Verde também revela algum crescimento", afirma. Sónia Fernandes aponta a língua portuguesa como um factor que pesa na altura da aquisição dos vinhos do seu pais, apesar de reconhecer o investimento que a China está a efectuar e a qualidade dos vinhos da Argentina e África do Sul. "Mas o nosso vinho tem vantagem, porque fala a mesma língua".
Não há empregos
Segundo a responsável da Vini-Portugal, existe agora a hipótese de alguns produtores portugueses virem a produzir vinhos em Angola. Caso essa pretensão se materialize, a ViniPortugal vai poder gerar empregos e contribuir de forma directa para a economia social angolana, uma vez que a entidade portuguesa promove somente os produtos da vitivinicultura.
Vinhos Made in Angola
Brevemente empresas portuguesas farão estudos da qualidade dos terrenas nas províncias do Huambo, Kwanza Sul e Huíla. Estas regiões do Centro e Sul de Angola, pelo clima e complexidade dos solos, podem facilitar parcerias luso-angolanas e um posterior investimento para a plantação de vinhas.