Adega Cooperativa de Redondo exporta 15% e quer maior aposta no mercado externo
A Adega Cooperativa de Redondo (ACR) exporta 15 por cento do volume de vendas para vários países e pretende aumentar em 2010 os negócios para o mercado externo, nomeadamente para os países Bálticos e Angola.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da direcção da Adega Cooperativa, Luís Morais Cardoso, observou que nos últimos três anos a ACR tem vindo a apostar nas exportações.
Só este ano, frisou, já foram exportadas dois milhões de garrafas, sendo a ACR actualmente o segundo maior exportador de vinhos de qualidade do Alentejo.
"Face à crise económica, tivemos necessidade de apostar na exportação, que tem vindo a aumentar, e, este ano, as exportações da Adega cresceram 40 por cento em relação a 2008, passando de 1,4 milhões para dois milhões de garrafas", salientou o responsável da empresa.
A Adega Cooperativa de Redondo, segundo o presidente, exporta para vários países, entre os quais Inglaterra, Angola, Estados Unidos, Brasil, Polónia, toda a Europa Central, Canadá, China e Japão.
O responsável adiantou que a Adega aposta no aumento das exportações e pretende chegar aos 20 por cento de vendas para o mercado externo, em 2010, com a concretização de contratos de exportação para os países Bálticos e para África, sobretudo para Angola.
"Consideramos os mercados da Europa de Leste como mercados a que deveremos estar muito atentos", frisou Luís Morais Cardoso.
O presidente da Adega Cooperativa defende a criação de "escritórios locais, com pequenas equipas", nos países onde pretendem intensificar as exportações.
O responsável da unidade indicou que a ACR produziu este ano cerca de 9,5 milhões de litros de vinho, menos seis por cento que em 2008.
"Como já se tinha registado uma quebra de 25 por cento em 2008, relativamente a 2007, ano em que se registou uma produção acima da média, nos últimos dois anos a quebra de produção atingiu mais de 30 por cento", disse o dirigente da cooperativa.
Luís Morais Cardoso adiantou que a actividade deste ano ficou marcada por um resultado de vinhos de "boa qualidade", apesar da produção ter diminuído, "a qualidade melhorou".
A ACR, de acordo com o mesmo responsável, tem em curso um investimento de 3,7 milhões de euros, com o apoio do PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), para "optimizar as condições de produção".
"Metade daquele investimento já está realizado e o restante será concretizado em 2010", acrescentou. A Adega revelou que vende oito milhões de garrafas por ano da marca Porta da Ravessa, que mantém a liderança do mercado nacional há dez anos, em vinhos de Denominação de Origem Controlada (DOC).
Porta da Ravessa, Real Lavrador e Anta da Serra constituem as principais marcas da empresa. O volume de negócios da Adega Cooperativa de Redondo vai atingir 19 milhões de euros em 2009, mais três por cento face a 2008, segundo a empresa.
ACR tem também uma componente de enoturismo que recebe cerca de 20 mil visitas por ano, que inclui visita às instalações, provas de vinho, e por vezes refeições, que funciona em articulação com as agências de viagens.
Fundada em 1956, a Adega Cooperativa de Redondo, cujos vinhos têm sido distinguidos com prémios a nível nacional e internacional, reúne 230 viticultores que cultivam uma área de 2.700 hectares, nos concelhos alentejanos de Redondo, Alandroal e Évora.