Grupo de viticultores na corrida à Casa do Douro
Movimento "Pró-Douro" quer ser alternativa e lutar pela mudança
Há mais uma lista a concorrer às eleições da Casa do Douro, que se realizam no próximo dia 1 de Fevereiro. Chama-se Movimento "Pró-Douro" e não tem um rosto que sobressaia à cabeça. Apenas um objectivo: a mudança.
Constituído por viticultores, dirigentes de cooperativas e associações da Região Demarcada do Douro, o Movimento começou a ser desenhado depois do primeiro candidato assumido, o jornalista e viticultor Pedro Garcias, ter desistido da corrida, no início de Dezembro do ano passado.
Um dos elementos que o integram, Mário Joaquim Abreu Lima, explicou, ao JN, que na génese desta decisão esteve a "consciência do mal-estar motivado pelos problemas de que enfermam a região e a Casa do Douro", mas, também, "a ausência de uma lista alternativa" que é liderada pelo actual presidente do organismo, Manuel António Santos. Ou seja, não tivesse Pedro Garcias desistido, esta solução dificilmente surgiria. De resto, o JN sabe que, ainda com o jornalista a construir as suas listas, houve reuniões na região para se tentar encontrar uma alternativa a Manuel António Santos. Em vão.
Para já, o Movimento "Pró- -Douro" está empenhado em conseguir que a região "responda à alternativa que lhe é oferecida", mas acolherá com "igual alegria" o resultado que lhe quiser dar. Se vencer vai querer ver clarificado o estatuto da Casa do Douro e o processo de pagamento das dívidas do organismo, bem como espera poder contribuir para se repensar o seu futuro. "Não podemos deixar passar mais tempo. Não devemos criticar apenas, temos de dar a cara e apresentar alternativas", sublinhou Abreu Lima.
Aquele viticultor, que já foi vice-presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, assegura que o Movimento "Pró-Douro" conseguiu estar representado nas listas concorrentes ao Conselho de Vitivinicultores em todos os 17 concelhos da região, excepto em Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Vila Flor. "Não apresentámos listas porque os candidatos existentes espelhavam a confiança do Movimento, pelo que não valia a pena entrar em conflito", explicou.
O problema mais complicado verificou-se no concelho do Peso da Régua, onde a lista do "Pró- -Douro" não foi aceite pelo Conselho Eleitoral "por questões de ordem formal" relacionadas com algumas "irregularidades" na constituição da lista. O facto desagradou aos promotores, que consideram "confrangedor" o regulamento eleitoral, não obstante terem de o acatar, pois "é o que existe". As listas foram apresentadas dentro do tempo legal, até 12 de Fevereiro, embora decorra até hoje um período de validação dos elementos que as integram, nomeadamente para conferir se são viticultores e se têm as cotas em dia, entre outros requisitos.