Exportadores reclamam mais promoção do vinho do Porto
A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) reclama maior investimento na promoção do vinho do Porto no mercado interno e internacional e desafia o Instituto dos Vinhos Do Douro e Porto a utilizar verbas que acumulou nos últimos anos para esse fim.
Segundo a associação, o IVDP tem actualmente uma reserva de seis milhões de euros, que resultam de taxas cobradas às empresas do sector, que devem ser canalizadas para acções de promoção em vários mercados, reforçando consideravelmente o orçamento do instituto para esse efeito, que anualmente ascende a cerca de 1,5 milhões de euros.
Defende a AEVP que a actual conjuntura de mercado, evidenciada na quebra de cinco por cento das vendas de vinho do Porto em 2008, o pior desempenho desde 1994, e a necessidade de apostar num conjunto de investimentos para relançar a economia nacional, é o momento exacto para utilização dessas verbas, acumuladas nos últimos anos na sequência de uma política de contenção da despesa pública.
O investimento público surge como uma das estratégias para contrariar a crise, razão pela qual a sua utilização se torna ainda mais oportuna, sustenta a AEVP.
Num encontro com jornalistas, destinado a fazer um balanço anual do sector, a associação defende que há um conjunto de mercados, já identificados, onde se torna pertinente aumentar ou iniciar a promoção do vinho do Porto. A lista de prioridades é encabeçada pelos Estados Unidos, que já conhece o produto, mas onde há um potencial de crescimento elevado. Surgem depois a Rússia, onde é preciso começar praticamente do zero, mas com elevada probabilidade de sucesso, e a França, principal cliente do sector, mas onde é preciso manter o volume de vendas. Por último, surge Portugal, onde há trabalho a fazer, principalmente para conquistar os grupos etários mais jovens.
A associação salvaguarda que ao IVDP são pedidas acções de promoção e protecção da marca, uma vez que o sector se debate com dificuldades brutais nos mercados internacionais, por concorrência de outros vinhos, mas que isso não significa uma menor responsabilização das empresas nas acções individuais de promoção. Lembra ainda a associação que a nova Organização Comum do Mercado do Vinho impõe algumas limitações às acções promocionais das empresas dentro da zona comunitária e que essas limitações podem ser contornadas por campanhas do IVDP, estratégia que está a ser seguida pela França.