Casa do Douro: Candidato Pedro Garcias propõe Loja do Viticultor na sede da Casa do Douro
Pedro Garcias, candidato à direcção da Casa do Douro (CD), quer transformar a sede da instituição numa Loja do Viticultor para o tratamento de todos os assuntos relacionados com a vinha e o vinho sem sair do mesmo edifício.
Pedro Garcias, viticultor e jornalista natural de Alijó, apresentou hoje oficialmente a sua candidatura à direcção da CD, cujas eleições decorrem a 01 de Fevereiro.
O candidato encabeça o movimento "Por uma Nova Vida para a Casa do Douro", que, segundo salientou "é económica e politicamente independente".
Uma das propostas reveladas por Garcias passa pela transformação da sede do organismo, localizada no centro da cidade do Peso da Régua, numa Loja do Viticultor, com modelo semelhante à Loja do Cidadão, dirigida aos produtores duriense.
A ideia passa por juntar no mesmo edifício os serviços do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e do Centro de Estudos Vitivinícolas.
"É uma forma de facilitar a vida ao agricultor e ao mesmo tempo obter receitas porque os espaços seriam alugados", salientou.
A prioridade desta equipa será, segundo o candidato, precisamente o "saneamento financeiro" do organismo duriense, que actualmente possui uma dívida "superior aos 100 milhões de euros" ao Estado e à banca.
"É uma dívida colossal", frisou.
Para ultrapassar a asfixia financeira da instituição, Pedro Garcias defende "acordos de regime" com o Estado, IVDP e adegas.
Uma das ideias é, por exemplo, refrescar os vinhos da CD e ir colocando-os faseadamente no mercado aproveitando os vinhos novas das adegas.
"Seriam acordos de 20 ou 30 anos porque uma dívida desta dimensão e cerca de 10 milhões de litros de vinho não se paga ou vendem em poucos dias", referiu.
Se for eleito, o candidato quer ainda alienar da participação da CD na Real Companhia Velha (RCV), designadamente os 40 por cento adquiridos no início da década de 90.
Pedro Garcias salientou a importância "histórica" do cadastro da CD, e refere que o organismo tem que "conseguir negociar" uma prestação de serviços pagos pelo IVDP.
Para gerar mais receitas para a instituição representativa dos viticultores durienses, Garcias avança com novos serviços que a CD pode realizar como a elaboração de projectos para a reestruturação das vinhas ou para a candidatura aos apoios agro-ambientais.
"Temos que reforçar a confiança na CD. A partir desse momento as pessoas e os credores estão dispostos a negociar", sublinhou.
António Gouveia, antigo presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, encabeça a lista de Garcias para o Conselho Regional de Viticultores e o antigo governador civil de Vila Real, o socialista Artur Vaz, foi convidado para a Comissão de Fiscalização.
O jornalista conta ainda com o apoio de autarcas como o presidente da Câmara de Alijó, Artur Cascarejo (PS), ou António Lima Costa (PSD), presidente da Câmara de São João da Pesqueira.
O ainda presidente da CD, Manuel António Santos, eleito pela primeira vez em 1999, já disse que vai tomar uma decisão sobre a sua recandidatura "em breve".