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Reestruturar 20 mil hectares de vinha custa 185 milhões

Diário de Notícias | 13-10-2008 | Geral, Economia
Executivo assume que quer aumentar a qualidade do vinho nacional e incentivar a sua exportação. Objectivos que estão consubstanciados no envelope financeiro de 185 milhões para a reestruturação de 20 mil hectares de vinha e mais 20 milhões para promoção dos 'Vinhos de Portugal'.
Vinte mil hectares de vinha deverão ser reestruturados em Portugal até 2013, num investimento de 185 milhões de euros que visa melhorar a qualidade do vinho e aumentar o rendimento dos produtores. Quem o diz é o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Pescas que frisa que a aposta do Governo tornar o sector da vinha mais competitivo. Falando em Monção, na sessão comemorativa dos 50 anos da Adega Cooperativa local, Luís Vieira, citado pela Lusa, adiantou que nos últimos sete anos já foram reestruturados 31 mil hectares de vinha em Portugal, num investimento de 200 milhões de euros.

"É uma medida que vai continuar", garantiu o governante, sublinhando que, de acordo com uma portaria publicada na última sexta-feira, os apoios à reestruturação da vinha "vão ser ainda mais significativos". Durante três anos, os viticultores que tenham encetado a reestruturação receberão um apoio anual de 1500 euros por hectare, para atenuar a perda de rendimento resultante dessa iniciativa.

Luís Vieira, assume ainda que será criado um pacote anual de 20 milhões de euros expressamente direccionados para a promoção no exterior dos vinhos nacionais. A promoção passará por campanhas institucionais no mercado mundial sob o chapéu "Vinhos de Portugal", pelo trabalho de "sete ou oito" entidades certificadoras e por apoios específicos a empresas e marcas. A ideia é que os vinhos nacionais marquem presença nos mercados mundiais "não de forma esporádica, mas sim de forma permanente". O secretário de Estado lembrou que Portugal exporta 630 milhões de euros por ano de vinho, 60% dos quais em Vinho do Porto e os restantes 40% em vinhos de mesa. Uma aposta que a Adega Cooperativa de Monção, líder na produção e comercialização do vinho Alvarinho, acaba reforçar no seu 50º aniversário, com a inauguração da ampliação das suas instalações, um investimento de 6,5 milhões de euros. Este investimento permitiu criar estruturas físicas para a recepção das actuais quantidades de uvas e a sua vinificação, armazenamento e engarrafamento. Paralelamente, a adega tem em curso uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) do Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas (IFAP), no valor de 2, 6 milhões de euros, que visa a construção de um armazém de produto acabado, linha completa para espumantes, melhorias no frio, investimentos em equipamento de laboratório e em fermentação de vinho branco. O objectivo é "iniciar a produção de espumante em escala e dotar a Adega Cooperativa de Monção de maior flexibilidade produtiva". Fundada em 1958, por 25 viticultores, a Adega de Monção conta actualmente com perto de 1700 cooperantes.

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