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Espumante luso ruma ao Canadá

Expresso | 08-07-2008 | Geral, Economia, Outros
Marcas da Companhia das Quintas convencem monopólios estatais. Ofensiva exportadora passa pela Sérvia e Índia.
Na última Prowein - Feira Profissional Internacional de Vinhos e Bebidas Espirituosas, em Dusseldorf, o representante do monopólio do álcool de Ontário (Canadá) ficou entusiasmado com a relação preço/qualidade do espumante Borlido Reserva. O seu interesse conduziu ao lançamento de um concurso de admissão e, numa recente prova da ViniPortugal em Otava, o acordo ficou fechado. O Borlido, da Companhia das Quintas (CQ), tornou-se o primeiro espumante português a figurar na lista do Licor Control Board of Ontario (LCBO), a secção de alta qualidade do monopólio da província mais populosa do Canadá.

A CQ já enviou a primeira encomenda para Otava e acredita no sucesso desta nova incursão externa. Cada garrafa de Borlido Reserva custará em Ontário à volta de €12, quatro vezes mais do que o preço que o LCBO paga. Miguel Azevedo, administrador da CQ, não aprecia o modelo dos monopólios estatais, apesar do sucesso que as suas marcas têm em países como a Suécia e a Noruega. “São mercados ingratos e os concursos imprevisíveis, tipo roleta russa. Mas são as regras e é com elas que temos de viver”, refere.

Este ano, o mercado escandinavo ocupará um lugar no pódio (3º) das exportações, à frente do Brasil e logo após os Estados Unidos e Angola.

A admissão das suas marcas Farizoa (regional alentejano) e Quinta de Pancas (Estremadura) na Noruega e do Prova Régia (Bucelas) na Suécia foram essenciais para este desempenho. O mercado norueguês, diz Miguel Azevedo, “está a correr bem acima das expectativas”. No Canadá, o Borlido Reserva beneficia da distribuição de três vinhos de mesa da casa - Prova Régia, Quinta das Pancas e Morgado de Santa Catherina (Bucelas).

Miguel Azevedo reconhece que o poderio da grande distribuição no mercado interno - há quatro operadores que negoceiam com 400 empresas de vinho - é uma fonte de preocupação. Mas a ofensiva externa não se deve a esse factor. “Temos de trabalhar em simultâneo esses dois eixos de crescimento. Vender no mercado interno é sempre mais fácil do que exportar”, refere o gestor.

Na frente internacional, espetou uma importante lança na Sérvia, com a expedição de duas paletas (1200 garrafas) de Prova Régia e Quinta de Pancas. Nos mercados emergentes, a sua maior esperança reside na Índia, depois de ter celebrado um acordo com um importador. Aliás, a Índia será um dos mercados que beneficiará da adesão da CQ ao programa Inov Contacto para jovens quadros. Um dos estagiários será colocado no país - os restantes rumam ao Brasil e Estados Unidos (2). A CQ vende por ano 1,5 milhões de garrafas e factura €12 milhões. A exportação representa 10% do volume de negócios.

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