Livro regista arte de fazer vinho no Pico
"No Pico, Ilha Morena, o vinho foi sobrevivência e sempre uma paixão." É assim que Manuel Serpa começa o texto sobre o néctar que nasce da vinha, na obra "Da pedra se fez vinho".
As fotografias do livro são da autoria de José António Rodrigues. As imagens deram origem à exposição homónima, que está patente ao público no Museu do Vinho, na Vila da Madalena, na ilha do Pico. Esta mostra fotográfica esteve também em exibição, de 31 de Março a 3 de Abril, nas instalações do Parlamento Europeu, em Bruxelas. O projecto contou com o apoio do parlamentar socialista Paulo Casaca.Esta obra pretende constituir-se como "uma visita à ilha do Pico, apreciando as magníficas vistas classificadas pela Unesco como Património da Humanidade proporcionadas pelos currais de vinha a alastrar em direcção ao mar".
"Da pedra se fez vinho" foi editado pela VerAçor, com texto de Manuel Serpa - que tece a história vínica daquela ilha, fotografias de José António Rodrigues e prefácio de Paulo Casaca. É um livro de capa dura, com um formato 23×27cm, bilingue, de 104 páginas, sendo que os 2.500 exemplares impressos têm já garantido uma distribuição a nível nacional.
Dizer que "Da pedra se fez vinho" é quase como afirmar "do chão se fez pão": o homem trabalhou o solo vulcânico, construindo uma espécie de mosaicos - jardins de pedra, os maroiços, de onde nasceram as cepas de vinha - que foram fonte de sustento.
Manuel Serpa refere, no livro, que foram os Franciscanos, os Jesuítas e as Carmelitas que introduziram na ilha a célebre casta Verdelho. "Todos os historiadores relevam a vocação vitivinícola do Pico e o papel preponderante que esse vinho teve na economia agrária do Arquipélago", escreve Manuel Serpa. O autor refere Gaspar Frutuoso, que nos fins do século XVI afirmava: "O vinho do Pico não é só muito mas justamente o melhor. A própria Ilha Terceira, a escala do mar do poente aonde reside o coração e o governo de todas as ilhas, recebe do Pico os melhores vinhos."
O livro traz ainda uma lista dos vinhos de mesa, licorosos, e certificados pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores que são produzidos actualmente naquela ilha.
