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Concurso do Baixo Alentejo com 72 candidatos para promover qualidade

Agroportal | 20-04-2008 | Geral, Regiões
Setenta e dois vinhos de 26 produtores participaram sábado, em Serpa (Beja), no terceiro Concurso de Vinhos do Baixo Alentejo para promover a qualidade e estimular a produção vitivinícola na região.
O concurso, organizado pela Confraria dos Gastrónomos do Distrito de Beja (CGDB) e Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Serpa (EPDRS), vai decorrer na sede desta instituição de ensino, na Herdade da Bemposta.

Um júri composto por 11 elementos, entre especialistas do sector e simples consumidores, vai reunir-se todo o dia para "apreciar", através de uma "prova cega", os 72 vinhos a concurso, explicou hoje à agência Lusa João Pereira Santos, da EPDRS.

Trata-se de 46 vinhos tintos, 19 brancos e sete rosados de 26 produtores do distrito de Beja e das sub-regiões vitivinícolas de Vidigueira, Moura e Granja-Amareleja.

No próprio dia, acrescentou o responsável, o júri irá atribuir as pontuações e, por inerência, os prémios, que serão revelados e entregues a 16 de Maio, numa sessão pública também na sede da EPDRS.

À edição deste ano concorreram mais dois produtores do que no ano passado e houve um aumento dos vinhos a concurso nas categorias tinto (mais cinco) e branco (mais três).

"É um sinal de que há cada vez mais produtores a encarar o concurso como uma iniciativa positiva para promover os vinhos que são produzidos no Baixo Alentejo", frisou João Pereira Santos.

A categoria rosado teve menos um candidato do que no ano passado, "porque o concurso deste ano foi lançado um mês mais cedo e a maior parte dos vinhos rosados, que dependem da colheita do próprio ano vinícola, ainda não estavam prontos e engarrafados", explicou o responsável.

O concurso pretende "premiar para promover e divulgar os vinhos de qualidade que são produzidos no Baixo Alentejo, afirmando a sua especificidade no quadro da grande região vinícola que é o Alentejo", explicou à Lusa Manuel Baiôa, da CGDB.

Além de "estimular o consumo moderado de vinhos de qualidade", o concurso quer também "promover as possibilidades de crescimento do vinho produzido no Baixo Alentejo no mercado nacional e internacional".

O vinho alentejano "continua a dominar o mercado nacional de vinho de qualidade, com uma quota de cerca de 46 por cento", enquanto as exportações "já atingem cerca de 15 por cento da produção total", frisou Manuel Baiôa.

O concurso pretende ainda promover o Baixo Alentejo como "destino enófilo", porque, explicou Manuel Baiôa, "o sector vitivinícola é um dos que apresenta maior potencial de crescimento económico na região".

"O distrito de Beja tem assistido ao surgimento de projectos vitivinícolas de grande envergadura e qualidade", salientou, acrescentando que se trata de "investimentos avultados, que têm transformado e aumentado a oferta de vinhos disponível no mercado".

De acordo com Manuel Baiôa, existe um número "significativo" de vinhos de qualidade produzidos no Baixo Alentejo "escondidos" sob a designação de Vinho Regional Alentejano.

Uma realidade que "qualquer consumidor mais atento pode verificar nas prateleiras dos supermercados e garrafeiras", sugeriu, explicando que "grande parte dos concelhos do distrito de Beja não são abrangidos pela Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo, pelo que, só pela morada do produtor se poderá saber a origem do vinho".

Os vinhos do Baixo Alentejo, salientou Manuel Baiôa, "aproximam-se das novas tendências dos mercados nacional e internacional, com um perfil moderno, aromático e concentrado".

"São vinhos actuais e jovens, fruto de uma criteriosa selecção de castas, de apurada investigação científica, tanto no campo como na adega, e alicerçados num marketing agressivo", frisou.

Por outro lado, as extensas planícies do Baixo Alentejo "permitem grandes áreas de cultivo" e a "introdução de meios mecânicos para a apanha da uva", que, salientou, "tornam a região ímpar ao nível das possibilidades de produção de vinhos com uma excelente relação qualidade preço".

Sobretudo nas categorias "Premium" e "Super-Premium", "tão importantes para conquistar o mercado nacional e, principalmente, o internacional, que pede vinhos de qualidade, preços competitivos e grandes volumes de produção", rematou.

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