É já este mês que inicia actividade a Enoport Angola (EnoAng), cuja constituição o grupo Enoport preparou durante o ano de 2007. A Enoport SGPS, que agrega empresas como a Caves Velhas, Caves Dom Teodósio e Adegas Camillo Alves, decidiu assim iniciar a internacionalização da sua actividade por Angola, mas o plano mais vasto "prevê até 2010 a constituição de empresas de distribuição em alguns mercados considerados estratégicos".
Félix Oliveira e Ana João Sampaio, respectivamente administrador e directora de marketing da Enoport - Distribuição e Marketing (EDM), não revelam o investimento no mercado angolano, mas apontam outros destinos possiveis. O Brasil e a China são outras possibilidades de expansão directa da Enoport, mas ainda em "fase de projecto".
Angola será o princípio da internacionalização pela sua distensão, explica a administração da Enoport: em 2006, últimos dados disponíveis aquele mercado absorveu 600 mil caixas (de nove litros), deixando para os restantes PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, outras 400 mil caixas. Em seguida veio o Reino Unido, com 260 mil caixas, o Brasil, com 60 mil caixas e a China, com 20 mil caixas vendidas. A direcção do grupo vitivinícola acrescenta que "outras internacionalizações se seguirão em anos futuros", cujos locais e datas serão ditados pela evolução das exportações, que cresceram anualmente 16% nos últimos três anos e que terminaram 2006 na casa dos 10,5 milhões de euros.
EDM com vendas de 16,7 milhões
No mercado nacional, cujas vendas o grupo Enoport concentra na EDM, as vendas de 2007 deverão ter ascendido a 16,75 milhões de euros, estimam os seus responsáveis. O valor de 2006, de 4,8 milhões de euros de facturação, não é comparável, relembram, porque a actividade da companhia só se iniciou em Maio de 2006.
Para "celebrar" quase dez anos de aquisições em Portugal, desde as Caves D. Teodósio em 1996 até as Caves Monteiro/Caviport em 2005, os accionistas de base familiar agregaram os activos sob a "holding" Enoport. Esta SGPS agrega hoje quatro empresas: a EDM (para a distribuição nacional); a Enoport - Exportação de Bebidas (responsável por vendas para 50 países); a Enoport DT - Produção de Bebidas (conta hoje com seis adegas em todo o país) e a Enovalor – Agro - Turismo (330 hectares em quintas).
Vinho Lagosta com nova imagem em Fevereiro
No próximo mês de Fevereiro, a Enoport vai dar nova "cara" à marca de vinhos verde e rosé Lagosta, esforço em que irá aplicar 375 mil euros. A "mudança na embalagem" e a "nova estratégia de comunicação", visam, explica Ana João Sampaio, "atrair um público mais jovem" à marca, que o grupo quer colocar "na linha da frente, no país e na exportação" do volume de vendas. A médio prazo, a previsão é duplicar as vendas, para um milhão de garrafas. Esta não é a primeira experiência de relançamento de imagem de uma marca no seio do grupo Enoport, que investiu 300 mil euros em final de Setembro último no vinho Romeira. A aposta muito baseada na "notoriedade" da marca que data de 1912, e foi acompanhada com "muita experimentação". A aposta foi ganha, para os responsáveis da Enoport, já que nos 12 meses terminados em Setembro de 2007 as vendas cresceram 95%, para 200 mil garrafas (a preço de cerca de quatro euros por garrafa). A fasquia, para 2010, é vender 500 mil garrafas por ano.