Em declarações à agência Lusa em S. João da Pesqueira, à margem de uma conferência inserida no programa da festa do vinho Vindouro, Ricardo Magalhães afirmou que este centro de excelência deverá também ter "um papel importante na formação dos trabalhadores do sector".
Sem adiantar datas para a concretização do projecto, o responsável revelou apenas que irá ser alvo de uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para o período 2007-2013.
Neste momento, disse, está em elaboração um documento estratégico que irá depois ser "discutido por todos os agentes".
O objectivo, frisou Ricardo Magalhães, é, "desde o primeiro dia, envolver no projecto, para além da universidade, os empresários, os produtores de vinho e as diversas entidades do sector público".
Esta aposta na área da investigação e inovação traduz, segundo o responsável pela Estrutura de Missão do Douro, o reconhecimento do vinho como "base económica da região" duriense.
"O turismo é [uma aposta] muito recente, apesar de a curva dos visitantes ser quase exponencial", afirmou, destacando os cerca de 150 mil turistas que em 2006 subiram e desceram o douro nos vários barcos que efectuam este percurso.
Contudo, disse, o facto é que a economia da região "assenta na vinha e no vinho, pelo que o Douro, para ser mais competitivo, tem de continuar o esforço de qualificar os seus vinhos, quer de mesa, quer o generoso, e de conquistar novos mercados, numa área onde a concorrência é feroz".
Dado o importante papel que o marketing aqui desempenha, Ricardo Magalhães recordou estar também em preparação a criação da marca Douro e de um plano estratégico, este último da responsabilidade do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Relativamente à segunda fase do Plano de Desenvolvimento Turístico do Vale do Douro (PDTVD), em preparação pela Estrutura de Missão do Douro e a apresentar à tutela, Ricardo Magalhães adiantou à Lusa que manterá os objectivos estratégicos da primeira fase, que terminou este ano, mas "apurará" a aposta em novos domínios, como a oferta cultural e o enoturismo.
Segundo Ricardo Magalhães, impõe-se aumentar a capacidade de acolhimento da região, que actualmente dispõe de 2.400 camas, equivalentes a sete por cento do total da região Norte e apenas um por cento do país.
"Temos que chegar a uma oferta de 7.000 a 7.500 camas lá para 2013/2015", afirmou, garantindo que a estrutura a que preside está já, nesse sentido, a cumprir o seu papel de "agilizador" dos processos de licenciamento de novas unidades hoteleiras e captador de investimento nesta área.
Mas, e sendo o turismo "muito mais que hotéis e camas", Ricardo Magalhães destacou a necessidade de se apostar, no Douro, nas áreas da animação e programação, no sentido da diversificação da oferta turística.
"No Douro é decisivo criar ou recriar novos produtos de forma a fixar por mais tempo os turistas, que actualmente permanecem em média na região apenas 1,3 noites", sustentou.
"Temos que encontrar rotas e produtos que os façam cá passar duas ou três noites", disse, alertando que esse trabalho "cabe, melhor que ninguém, aos operadores", independentemente de eventuais apoios ao abrigo do Programa Operacional Regional do Norte e do PDTVD.