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Produtora de vinho do Porto antecipa alta nos preços

Agência Lusa | 27-03-2007 | Geral, Prémios, Economia
Os preços do vinho do Porto deverão começar a subir, devido ao aumento da demanda em um momento de imposição de limites à produção, afirmou à Agência Lusa Rupert Symington, diretor-adjunto da Symington Family Estates (SFE), produtora de vinho do Porto.

Segundo a fonte, a quantidade de vinho do Porto autorizada pelo governo a ser produzida tem baixado progressivamente ao longo dos últimos cinco anos.

"Vai haver um ponto em que, não existindo vinho e com as vendas em alta, se chegará a uma demanda brutal e conseqüente ruptura de estoque", disse.

A partir de então, o responsável acredita que os preços pagos à lavoura vão começar a subir de forma gradual.

"E é bom que subam de uma forma leve e organizada, porque uma alta rápida é sempre ruim para o setor", considerou.

Para o responsável, a indústria de vinhos do Porto está com uma responsabilidade financeira "muito grande", porque é obrigado a ter, para cada caixa vendida, três reservadas no início do ano, para "dar capacidade de venda frente ao Instituto de Vinhos do Porto".

"Isto implica que há muitas empresas que não podem arriscar perder um contrato grande e então têm de baixar o preço", disse.

"Esta tendência tem encolhido e muito a margem dos preços nos últimos anos. Os preços médios de exportação andam em cerca de 2 euros (R$ 5,4) por garrafa, o que era uma coisa impensável há anos", completou.

Gera-se, depois, na opinião de Rupert Symington, um "ciclo vicioso" cuja tendência precisa ser invertida.

Com a pressão do negócio no exterior, continuou, os exportadores têm reduzido suas margens, mas há sempre uma parte da queda de preços da exportação que é passada para o agricultor do rio Douro, região de vinhedos no Porto (norte luso).

"Isso provoca uma situação lamentável na região e os agricultores estão com imensos problemas para pagar seus custos fixos com a lavoura", frisou.

É que, explicou, o preço que é oferecido pelas uvas "quase não compensa o trabalho que o agricultor tem ao tratar da vinha" e, então, os agricultores acabam por ter outros negócios.

"O mercado e os nossos clientes são cada vez mais fortes e o setor precisa de coragem para resistir a esta pressão. Mas entre os exportadores há muita desconfiança, o que provoca atitudes agressivas por parte dos concorrentes", considerou.

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