À descoberta da Rota do Vinho do Oeste
O périplo da Rota do Vinho do Oeste começa na vila medieval de Óbidos. São 11.00 da manhã e a apresentação da jornada enoturística decorre na Albergaria Josefa, onde os produtores das quintas dos Loridos e do Paço de Cister e as adegas cooperativas do Cadaval e Arruda dos Vinhos dão a provar os melhores néctares das suas casas.
O percurso segue então os trilhos de Óbidos e das Linhas de Torres, que, a par do circuito das quintas de Alenquer, retratam a cultura milenar da vinha. O Oeste, terra de vinhedos e de mar, está a afirmar o seu potencial turístico e de golfe com a construção de diversos resorts, uma oportunidade para dinamizar a rota e atrair novos visitantes, defende a Região de Turismo (RTO).
Os mapas dos percursos e outras informações práticas podem ser vistos em: www.rotavinhooeste.com.
Percurso de ÓbidosDa Albergaria Josefa, situada junto às históricas muralhas de Óbidos, vai-se para a Quinta dos Loridos, no Carvalhal, a escassos quilómetros da vila. O solar, com o seu pátio interior, os jardins e a nova adega, onde já são produzidos os famosos espumantes, tornam a Quinta dos Loridos, que remonta ao século XVI, visita obrigatória para qualquer enoturista.
Em 2007, os proprietários querem apostar na produção de tintos e consolidar a exportação dos seus alvarinhos para o Brasil, Canadá e EUA. Além das visitas aos diversos espaços da quinta, é possível pernoitar ou alugar o solar por uns dias.
Próxima paragem: a Quinta das Cerejeiras, no Bombarral. Depois de uma breve passagem pela Quinta do Sanguinhal, onde é feita a comercialização dos brancos, tintos, rosés e licorosos das três propriedades da Companhia Agrícola do Sanguinhal - Cerejeiras, S. Francisco e Sanguinhal -, a digressão enoturística prossegue. À descoberta das tonalidades, aromas e paladares dos néctares ali produzidos. "Se tivesse de escolher o ex-líbris da casa seleccionava o Quinta das Cerejeiras Reserva. É um vinho tradicional, com um perfil bem definido, suave, com subtis aromas de madeira", sugere Carlos Fonseca, director da Companhia Agrícola do Sanguinhal.
Percurso Linhas de TorresÉ uma viagem repleta de história, a que começa em Torres Vedras e se prolonga até à vila de Arruda dos Vinhos. As colinas de vinhedos e os vestígios da estrutura militar que travou as tropas napoleónicas no início do século XIX aliam os legados da terra e da história, da vinha e do património. Os vinhos, aromáticos e frutados, denotam a frescura da influência atlântica. A Quinta do Manjapão, no Turcifal, outrora propriedade de el-rei D. Dinis, aposta em castas integralmente seleccionadas para vinhos DOC. Já a Quinta da Folgorosa alia a herança vitivinícola a um rico património arquitectónico.
Enquadrada em ambiente natural, a Casa da Ribeira de Maria Afonso, na freguesia de Dois Portos, está em perfeita harmonia com a ruralidade local. Num final de tarde calmo e frio, aquecidos pelo calor das duas lareiras a lenha, o Fonte das Moças Branco 2003 - frutado, um suave sabor a banana e a maçã, feito a partir das castas fernão-pires e arinto - ou o tinto Casa da Ribeira 2001 - encorpado e macio - preenchem o serão.
Percurso Quintas de AlenquerEste é um dos muitos périplos que a Rota do Vinho do Oeste oferece aos enoturistas, mas no concelho de Alenquer, outros tantos são possíveis. Quintas do Carneiro, de Pancas, de D. Carlos, da Boavista, da Espiga, da Chocapalha, do Anjo, dos Plátanos, do Monte d'Oiro, da Cortezia, da Margem d'Arada, do Valle do Riacho, da Abrigada. Abrem-se as portas a uma digressão pelas aldeias rurais de casario branco, onde sobressaem solares, igrejas e conventos. Brancos aromáticos e persistentes, tintos vivos e brilhantes enquanto novos, são o traço da terra de Damião de Góis.