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250 anos de Região Demarcada

Cavaco Silva homenageou Douro e apelou à diversificação de actividades

Público | 10-09-2006
Cavaco Silva homenageou Douro e apelou à diversificação de actividades
O Presidente da República homenageou hoje a Região Demarcada do Douro, as suas gentes, vinhedos seculares e vinhos mundialmente conhecidos, mas alertou que o futuro passa por uma diversificação das actividades, designadamente pelo turismo.
Completam-se hoje 250 anos sobre a fundação da Região Demarcada do Douro, através da instituição, por alvará régio, da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro e de um sistema de regulação da produção e comércio dos seus vinhos.

Aníbal Cavaco Silva associou-se às comemorações, que decorreram no Peso da Régua, e aproveitou para homenagear este território moldado de socalcos, o “pioneirismo” dos viticultores durienses e o néctar que se extrai dos vinhedos seculares.

“Os vinhos do Porto e do Douro são mais do que um produto. São uma cultura. São um património. Um património colectivo que é a expressão da arte e do saber de um povo”, salientou. Referiu ainda que o vinho do Porto tem podido manter-se durante séculos como um dos “produtos mais competitivos no mercado mundial”.

Mas, segundo Cavaco Silva, “há ainda muito a fazer para desenvolver e fazer frutificar todas as potencialidades da região” de forma a transformá-las em “melhoria do bem-estar e do rendimento das população, excessivamente dependentes dos ciclos conjunturais do mercado mundial do vinho”.

Para o chefe do Estado, a “estratégia” a seguir para desenvolver a região do Douro “terá de ter sempre como centro a sua riqueza cultural, a sua paisagem e os seus vinhedos, mas não pode restringir-se à produção de vinho, por mais excelente que ele seja”.

“Deve assentar na viabilização das actividades tradicionais, mas tem que alargar-se a outras actividades, designadamente ao turismo, que tem aqui todas as condições para se desenvolver”, frisou.

Salários em atraso na Casa do Douro

A cerimónia solene realizou-se no salão nobre da Casa do Douro e, por isso mesmo, os trabalhadores desta instituição aproveitaram para entregar uma carta a Cavaco Silva apelando à “magistratura de influência” do chefe de Estado com vista ao pagamento dos salários em atraso.

O Presidente da República apenas disse ter conhecimento dos problemas financeiros da instituição duriense, os quais se arrastam há várias legislaturas. Referiu ainda saber que o Governo tem vindo a acompanhar esta situação e que deseja uma “rápida resolução”.

“Mas o importante agora é olhar para o futuro para que as próximas gerações possam ter uma vida melhor do que as actuais”, salientou. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), a situação actual de 80 funcionários da Casa do Douro é “insustentável”.

Os trabalhadores afectados são os que têm contrato individual de trabalho, já que os 42 funcionários destacados pelo Ministério da Agricultura, afectos à Função Pública, têm os seus salários em dia.
Segundo o sindicato, esta situação “desesperante” fica a dever-se às “dificuldades de entendimento” entre a Casa do Douro e o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

“Bastaria que o IVDP transferisse os 850 mil euros que deve à Casa do Douro referentes à prestação de serviços de 2005 e à segunda prestação referente a 2006”, salientou ainda o SINTAP.

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, que também participou nas comem orações, afirmou que o problema dos salários em atraso na Casa do Douro diz apenas respeito à instituição duriense, já que se trata de uma entidade privada e não pública.

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