Saber o que mudou no nosso vinho

"Os CTT pediram-me para fazer este livro, mas como demorei mais do que previa, o lançamento acabou por coincidir com as comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro", explica o autor ao DN. Mas o livro, como é evidente, abrange todas as regiões do País.

"Não quis fazer uma história do vinho, não só porque não me sinto capacitado para isso como acho que esse género de trabalhos tem de ser feito por equipas multidisciplinares e não por um 'iluminado' a trabalhar sozinho", diz João Paulo Martins, que é formado em História e foi professor durante 12 anos, o que , na sua opinião, ajudou neste livro.

A parte histórica é de facto bastante importante na obra, quer em termos de texto quer de fotografias, ilustrações, rótulos e outras imagens. Recorrendo aos arquivos de grandes casas produtoras, como a Ferreira ou a José Maria da Fonseca, bem como de entidades como o Instituto da Vinha e do Vinho, João Paulo Martins procurou evitar aquelas imagens mais conhecidas, tendo mesmo encontrado raridades, como, por exemplo, uma fotografia de Adriano Ramos-Pinto (em cima, à direita), que julga nunca ter sido publicada.

Depois de caracterizar a evolução do vinho em Portugal nos últimos séculos, o autor mostra o que mudou na maneira de o fazer, nas castas, nas regiões, no comércio e em muitas outras vertentes. Grandes armazenistas substituídos por modernos produtores-engarrafadores, regiões que entram em declínio (Colares, por exemplo) e outras que se afirmam, como o Alentejo, novas vinhas e castas... há muito para ler e aprender.

Com uma tiragem de 7500 exemplares, o livro só é vendido nas estações dos CTT e traz com ele a emissão filatélica referente ao vinho.