Notícia

Joe Berardo vai ficar de fora da administração da Sogrape

Jornal de Negócios | 19-07-2006
«Não é uma posição hostil», mas frustou a vontade de consolidação dos Guedes.
A entrada do empresário madeirense Joe Berardo na Guedes, Carmo e Silva SGPS, Lda., sociedade que controla a Sofrape Holding, não vai trazer nenhuma mudança ao nível do conselho de administração. "Não decorre desta transacção a obrigatoriedade de alterar os órgãos sociais. Tudo se irá manter rigorosamente como até agora ao nível da organização, da estratégia e dos órgãos socais, explicou Salvador Guedes, presidente executivo da Sogrape ao Jornal de Negócios. Pelo tom, advinham-se dias difíceis na maior empresa portuguesa de vinhos, apesar de Salvador Guedes voltar a frisar que, ao nível das empresas operacionais, não haverá qualquer interferência.

 

"Não se trata de uma participação hostil", mas "obviamente que esta não era a solução que tínhamos idealizado. Queríamos manter o cariz familiar e é natural que houvesse uma vontade de consolidar ainda mais a possa posição." E acaba por concluir: “Não há razões para não nos darmos bem com o sr. Joe Berardo. E uma nova página que se abre nesta empresa". Os Guedes não conseguiram comprar a posição da família Carmo "basicamente por uma questão de preço" e não foram informados da venda a Joe Berardo.

 

Não teme que a simação se volte a repetir com a família Silva, que detém cerca de 12% da Guedes, Carmo e Silva SGPS? "Temos uma excelente relação com os herdeiros do dr. Gastão Lopes da Silva", atira Salvador Guedes. Quanto a Joe Berardo, lembrou que é também um concorrente com a Bacalhoa Vinhas (esta empresa e a Sogrape fazem parte do G7, grupo que reúne as maiores do secror nacional de vinhos).

 

Sobre o negócio, a estratégia é "continuar a apostar no desenvolvimento endógeno das nossas operações". Nos últimos anos, a Sogrape tem-se centrado na reorganização do portfólio de marcas, onde se destacam a Mateus, Gazela e Sandeman. Em 2005, a Sogrape facturou 166,7 milhões de euros, (mais 3,4%). O resultado líquido foi de 12,6 milhões de euros, que compara com 26,4 milhões de euros do ano anterior. Diferença que a empresa explica pela alienação da sociedade espanhola Sandeman Jerez. As exportações pesaram 64% no volume de negócios. Reino Unido, França, Bélgica, EUA, Canadá, México e Brasil são alguns dos destinos. A Sogrape investe por ano cerca de 20 milhões de euros em publicidade.

 

Quanto a projectos, a Sogrape tem praticamente concluído o novo centro de vinificação do Douro (Quinta do Seixo), que estará pronto para a próxima vindima, ou seja, em fins de Agosto. É um investimento de cerca de cinco milhões de euros, que terá uma segunda fase (componente turística). Em estudo, está a racionalização dos armazéns de vinho do Porto em Vila Nova de Gaia e dos actuais três centros de engarrafamento. Já a nova adega da Herdade do Peso, Alentejo, projectada para a vindima de 2007, está em "stand-by". "É um projecto que ambicionamos concretizar, mas não para já", disse Salvador Guedes.

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