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Feiras do Vinho e da Pêra Rocha necessitam de reformulação

Oeste Online | 11-02-2006
O presidente da Associação de Agricultores do Oeste (AAO), Feliz Alberto Jorge, está preocupado com o futuro do Festival do Vinho e da Feira Nacional da Pêra Rocha no Bombarral e questionou o executivo camarário sobre a sua posição em relação à realização destes eventos.
O representante do agricultores disse que na região “existe um grande interesse em anular o Festival do Vinho e a Feira Nacional da Pêra Rocha, porque ocupam a época alta do turismo na região”, sustentando que “se isso acontecer, Óbidos e o Cadaval avançarão com eventos nessa época”. Feliz Alberto Jorge lembrou ainda que já há 8 ou 9 anos “a ANP tentou acabar com a Feira Nacional da Pêra Rocha”, o que tudo tem a ver com “o relacionamento que a ANP tem com o município de Óbidos”, sendo estranho que “o epicentro da pêra rocha tenha passado do Cadaval para Óbidos”. “Andam há anos a espera que a Região de Turismo do Oeste crie a rota dos restaurantes com ementas rurais e isso nunca aconteceu”.

Em face dos problemas financeiros, o dirigente da AAO “não sabe se não seria de se cobrar entrada nos eventos”, questionando-se sobre o apoio que o Festival do Marisco de Peniche teve da administração central. “Os eventos no Bombarral, praticamente só com o apoio da Câmara Municipal, não ficam a dever nada aos outros eventos da região”, disse.

Em resposta o presidente da Câmara, Luís Camilo Duarte, informou que ainda não começaram a analisar o orçamento e PPI, mas que a titulo pessoal entende que para se manter a Feira Nacional da Pêra Rocha “terá que haver uma reformulação da organização”, sugerindo uma reunião para analisar a questão.

O vereador socialista, Gabriel Martins, afirmou “concordar com o senhor presidente da Câmara” defendendo que “tem de se reequacionar o Festival do Vinho e a Feira Nacional da Pêra Rocha no sentido de se definir qual o objectivo que se pretende alcançar com estes eventos, aproveitando a ligação que temos a este produto”. Gabriel Martins assumiu que durante os próximos dois anos “deve-se equacionar a forma de aproveitamento destes dois festivais sob pena de virem a perder a sua importância a nível regional e de se perderem para outras entidades que têm a máquina já pronta”. O socialista advogou que se fizesse “uma festa popular para dinamização do que são os produtos do nosso concelho, porque o actual modelo está a esgotar-se”.

O vice-presidente da Câmara Municipal, João Carlos Duarte, telegraficamente disse que “estes dois certames têm de continuar no Bombarral”, achando que o mais importante “foi o seu início e a solidificação ao longo dos anos”. “Há que dar um passo em frente e para isso é preciso dinheiro”.

Recorde-se que no debate realizado sobre a Agricultura, em Outubro, durante a campanha eleitoral para as Autárquicas, a localização do Festival do Vinho Português não reuniu consenso entre os então candidatos. Estes defendiam estruturas diferentes para o referido certame.

Jorge Gabriel entendia que a actual localização do festival não é a ideal (Mata Municipal) já que este deveria ser num local fechado, para que a feira se profissionalizasse. O Partido Socialista gostaria ainda de transformar este certame numa feira de carácter profissional, bem estruturada, de forma a poder divulgar da melhor maneira o vinho da região.

Já para Luís Camilo Duarte, o festival devia ser de cariz popular, bastando apostar mais na sua divulgação, melhorando o marketing e a sua imagem. O actual presidente de Câmara referiu que o Bombarral não tinha capacidade para ter uma feira profissional e defendia a sua realização na Mata Municipal, desde que feita racionalmente.

Já Mário Morgado apostava numa solução que passaria por encontrar um equilíbrio entre a profissionalização do festival e o seu cariz popular, reforçando a sua divulgação.

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