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Alterações climáticas estão a mudar a produção de vinho

Agronegócios | 29-03-2016 | Geral, Economia
As regiões vinícolas mais famosas do mundo podem ter os dias contados. A culpa é do aquecimento global que vai tornar a sua produção impossível em zonas como França, Itália ou Califórnia.
A boa notícia é que terras agora demasiado frias se podem tornar perfeitas para a produção de vinho.

O impacto das alterações climáticas nas vinhas têm sido alvo de estudos ao longo dos anos e agora há mais um a confirmar o fim de algumas regiões vinícolas.

O Instituto da Terra da Universidade de Columbia sublinha que os melhores vinhos franceses e suíços acontecem quando a seguir a verões quentes ou secas de fim de estação se seguem primaveras chuvosas. O que acelera a colheita e faz um vinho melhor.

O problema é que «agora está tão quente que os produtores não precisam de secas para conseguir atingir as temperaturas que precisam», aponta Benjamin Cook, cientista da Universidade de Columbia, ao Huffington Post.

Por enquanto, o aquecimento global ainda está a melhorar a qualidade dos vinhos, mas vai chegar um momento em que isso se vai tornar mais prejudicial do que benéfico.

«Até agora, um bom ano é um ano quente», refere uma das coautoras do estudo Elizabeth Wolkovich, ecologista da Universidade de Harvard.

«Mas se mantivermos o aumento das temperaturas, as vinhas não vão aguentar para sempre».

O estudo mostra que só na França, em 1980 as colheitas já tinham sido antecipadas em duas semanas, em relação há 400 anos. Por cada grau centígrado que a Terra aquece, a colheita das uvas antecipa-se cerca de seis ou sete dias.

No caso francês, o aquecimento no século XX foi de 1,5 graus, o que provocou mudanças nas épocas das colheitas.

Os cientistas preveem assim que o futuro dos grandes vinhos esteja em regiões que hoje não são as indicadas para o cultivo de vinhas.

Nos EUA, é expectável que as vinhas de Napa, na Califórnia, se mudem para Washington. Ou as colinas chinesas podem tornar-se no novo Chile. E na Europa, a Suécia pode ser o novo Douro. As previsões foram feitas para 2050.

Fonte: DN

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