Museus do Vinho querem associação ibérica para defender o património vinhateiro
O Museu do Vinho de Alcobaça foi escolhido para coordenar a Rede Portuguesa dos Museus do Vinho e liderar uma comissão de trabalho que, entre outros objetivos, pretende criar uma associação ibérica daquelas estruturas.
A Rede Portuguesa dos Museus do Vinho (RPMV) “está ainda em fase de consolidação e de definição das ações a desenvolver”, mas, entre elas, estará o objetivo de “alargar o seu âmbito à criação de uma associação ibérica dos museus do vinho”, disse à agência Lusa Alberto Guerreiro, coordenador da rede.
Criada no seio da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), a rede pretende ser “uma estrutura de apoio aos municípios que já têm, ou que tencionam criar, museus do vinho”, explicou o também diretor do Museu do Vinho de Alcobaça, que, além de coordenar a rede, lidera um grupo de trabalho para “definir as etapas a seguir para a sua consolidação”.
O grupo, formado numa reunião realizada na passada semana, em Alcobaça, integra representantes da AMVP, do Museu do Douro, do Museu do Vinho da Bairrada, do Museu do Vinho de Bucelas, do Museu do Vinho Verde Alvarinho de Monção, do Museu do Vinho de Alenquer, da Quinta/Museu do Sanguinhal e do Centro Interpretativo do Vinho Verde de Ponte Lima.
As ações a desenvolver pela rede deverão ser definidas numa reunião agendada para o próximo dia 11 de abril, em Bucelas.
Alberto Guerreiro adiantou à Lusa que entre elas estarão “o desenvolvimento de projetos em rede e a elaboração de rotas enoturísticas, complementadas com a criação de uma página de internet para divulgação dos programas e iniciativas quer dos museus, quer os municípios com vinho, evidenciando a grande diversidade que temos em Portugal”.
Tanto mais que, acrescentou, “o vinho é o primeiro produto agrícola português, desde os anos 30 [do século XX]” e, a par com “a maior implantação nacional e internacional” deste produto, os museus “têm conhecido um aumento de visitantes e gerado um cada vez maior interesse turístico”.
A par com o apoio a adegas e museus em formação, a realização de colóquios e congressos é outros dos objetivos da rede que tem em mãos a organização do II Congresso Ibérico dos Museus do Vinho, a ter lugar no Museu do Douro, em Peso da Régua, no final de 2016.
Até lá, “vamos intensificar os contatos com congéneres espanhóis, com vista à criação da associação ibérica, porque faz todo o sentido a existência de uma estrutura mais ampla para a defesa do património vinhateiro e de uma atividade que tem uma dimensão histórica e cultural muito forte”, afirmou Alberto Guerreiro.
A rede integra, para já, cerca de duas dezenas de museus, número que o grupo de trabalho estima que venha a aumentar com a inclusão de novas estruturas que estão a abrir no país, sobretudo em antigas instalações do extinto Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) cedidas a autarquias.