Museu do Douro convida à descoberta do território através de nova exposição
O Museu do Douro (MD) inaugura na sexta-feira, na Régua, a nova exposição permanente que quer ser \"uma porta de entrada\" para uma viagem pela região, pelo rio, barragens, socalcos, quintas e vinhos que caracterizam o património mundial.
A mostra "Douro, Matéria e Espírito" ocupa a ala central do edifício sede do museu, localizado no Peso da Régua, e estende-se por dois pisos.
"A exposição funciona como um roteiro contínuo que o visitante pode ir fazendo à medida que a vai visitando", afirmou Samuel Guimarães, coordenador do serviço educativo da unidade museológica.
Ou seja, pretende-se dar as ferramentas para que cada um crie o seu guião de visita ao Douro, a primeira região demarcada e regulamentada do mundo que foi classificada como Património Mundial da Unesco em 2001.
Esta nova exposição, mais tecnológica e interativa, começa com um "bilhete de identidade" do território, que explica o que é a região e chama a atenção para a literatura e ficção que aqui se inspirou.
Depois, segundo Andreia Magalhães, coordenadora da mostra, é feita uma "síntese histórica e geográfica".
A viagem pelo Douro começa na pré-história, segue até ao século XXI e, pelo caminho, vai-se falando sobre o rio, o barco rabelo, as barragens, o comboio e as estradas.
A vinha e o vinho continuam e a ter um papel de destaque, associando-se a informação sobre os socalcos, as castas, as quintas, as formas antigas e atuais de trabalho na terra.
Andreia Magalhães destacou ainda a mostra de 300 garrafas de vinhos premiados, que foram doadas pelas casas produtoras, e que ilustram a "diversidade de produção no Douro".
Na parede, por baixo das garrafas, um mapa mundial assinala os destinos das exportações dos diferentes tipos de vinho.
A exposição, segundo a coordenadora, revela ainda pistas que ajudam a descodificar as características dos vinhos, ao nível da cor e dos cheiros, e é mesmo possível cheirar alguns dos seus aromas característicos com recurso a frascos de laboratório que possuem essências.
Andreia Magalhães destacou ainda a maquete de grandes dimensões que mostra os 21 concelhos da região demarcada e dá informações sobre a evolução demográfica, o clima ou a produção de vinho.
Esta viagem termina com a projeção de um filme realizado com material de arquivo e atual, documental e ficção, e que pretende dar ao visitante uma "ampla visão do Douro".
A primeira exposição permanente do MD estava instalada no Armazém 43, a alguns metros da sede. Agora, procedeu-se a uma reorganização dos espaços, passando a mostra para a ala central do edifício sede.
A unidade museológica deixa cair também o ciclo de grandes exposições temporárias, que exigiam mais em recursos financeiros e humanos, alterações que permitem alguma poupança na gestão.
Esta exposição vai ser a principal atividade a desenvolver pelo MD em 2014. O orçamento da unidade museológica para este ano é de 1,2 milhões de euros.