Revista de Vinhos premeia os melhores do ano
Gala da Revista de Vinhos consagra José Neiva Correia como o Senhor do Vinho e escolhe António Ventura e Filipa Tomaz Costa para enólogos do ano. Luís Pato, com o Prémio Identidade e Carácter, foi um dos protagonistas. Festival Gourmet do Vila Joya recebe Prémio David Lopes Ramos.
Cada vez mais mediatizado, o mundo dos vinhos começa a habituar-se a uma espécie de balanço anual que é protagonizado pelas galas onde são divulgadas as classificações, prémios e distinções atribuídas pelas publicações da especialidade. Coube a vez esta semana à Revista de Vinhos (RV) revelar as suas escolhas para Os Melhores do Ano em 2013, numa cerimónia que teve em Luís Pato um dos grandes protagonistas, ao ser distinguido em todas as categorias. A par do enólogo bairradino, também as quintas do Vallado e do Noval e o grupo The Fladgate Partnership recolheram prémios em todas as variantes.
António Ventura foi escolhido como enólogo ano, distinção igualmente atribuída a Filipa Tomaz Costa na variante de vinhos generosos, enquanto o título de Senhor do Vinho 2013 foi para José Neiva Correia.
Na vertente da gastronomia, destaque para o Prémio David Lopes Ramos, em homenagem ao saudoso crítico da Fugas, que foi desta vez atribuído a um evento, o Festival Internacional Gourmet Vila Joya.
Numa altura em que os especialistas, sobretudo internacionais, parecem começar a despertar para a profundidade e diferença que os vinhos da Bairrada podem oferecer, Luís Pato foi distinguido com o Prémio Identidade e Carácter 2013, que destaca não só o rebelde e visionário que tem sido dos principais promotores e divulgadores da região, mas também o produtor e enólogo cujos vinhos estão entre os premiados pela revista.
José Neiva Correia é o enólogo, criador e proprietário da DFJ Vinhos, empresa com uma produção anual que ultrapassa os seis milhões de garrafas e à volta de 90% escoadas na exportação. Um pragmático, que vê o sector pela perspectiva do negócio e procura criar vinhos adequados às preferências dos consumidores e não segundo a vaidade ou o gosto pessoal. Os números são o seu maior troféu.
Quanto aos enólogos do ano, António Ventura trabalha com vários produtores das regiões do Alentejo, Tejo e Lisboa, assinando vinhos como os das herdades do Rocim e da Ajuda, enquanto Filipa Tomás Costa é a decano das enólogas do país e há mais de três décadas responsável pelos vinhos da Quinta da Bacalhoa.
Entre os 19 Prémios Especiais atribuídos pela RV estão também a Quinta do Vallado (produtor do ano), Herdade do Monte do Vau (produtor revelação), Adega de Borba (cooperativa do ano), Quinta da Covela (viticultura), Quinta do Sanguinhal (enoturismo). A Casa Ermelinda de Freitas foi considerada a empresa do ano, galardão que coube também, e em simultâneo, à Quinta do Noval e ao grupo The Fladgate Partnership, na vertente de generosos.
Além do Prémio Gastronomia David Lopes Ramos, o Vinum, nas Caves Graham’s, em Vila Nova de Gaia, foi distinguido como o restaurante do ano, prémio que na variante de cozinha tradicional foi atribuído ao Rei dos Leitões, na Mealhada.
Na atribuição dos Prémios de Excelência, que se distinguem os melhores vinhos, destaque para os vinhos do Porto com sete Vintage 2011 e o Colheita 1963 da Messias, um Madeira (Barbeito Mãe Manuela Malvasia 40 anos), um espumante (Murganheira Vintage 2006) e um verde (Parcela Única, Alvarinho 2011). As regiões do Douro, Alentejo, Bairrada e o Leo d’Honor Palmela Tinto 2008 completam o painel dos 30 vinhos de excelência.
Aos prémios Especiais e de Excelência, a cerimónia da RV serviu ainda para a atribuição das distinções para os vinhos que, em função das provas realizadas ao longo do ano, são considerados Os Melhores de Portugal (por regiões) e As Boas Compras, que no total se aproximam das sete centenas de distinções.
Nesta temporada de prémios, também na semana anterior tinha sido a vez da revista Wine revelar as suas escolhas para os prémios Melhores do Ano 2013.
Paul Symington foi distinguido como a personalidade do ano no sector do vinho, enquanto o título de enólogo do ano foi para Francisco Albuquerque, da Madeira Wine Company.
Quanto ao melhor vinho do ano, o eleito foi o Quinta do Noval Nacional Vintage 2011, cabendo à casa Barbeito (Madeira) o título de melhor produtor do ano e à Muxagat, de Mateus Nicolau de Almeida, no Douro, a distinção como melhor produtor revelação.
A revista Wine distinguiu ainda José Quitério (crítico do semanário Expresso) como a personalidade do ano na área da gastronomia, sector onde Vítor Matos, do restaurante Largo do Paço, em Amarante, foi premiado como chef cozinheiro do ano; o restaurante DOP, no Porto, como a casa com o melhor serviço de vinhos; o Il Gallo d’Oro, no Funchal, como o melhor restaurante gastronómico; e Pedro Licínio, do Hotel Ritz, em Lisboa, como o melhor somellier.