Quatro advogados e dois empresários juntaram-se para abrir uma loja que é também bar de vinhos. Para provar e levar para casa
PWR: Levar o vinho português ao mundo
É uma loja que vende os melhores vinhos portugueses. Mas é também um espaço de prova e degustação onde se pode aprender com os melhores produtores nacionais ou simplesmente passar para um copo com os amigos depois do trabalho. Ou apreciar um branco na esplanada, ao fim da tarde. E não vende só vinhos, mas também azeites, patés, compotas e conservas de produtores nacionais escolhidos a dedo.
A Portugal Wine Room abriu terça-feira, em Lisboa, com mais de 100 referências em stock e um investimento de cerca de 100 mil euros, custo repartido entre os seis sócios, quatro advogados – Rodrigo Quina, Ricardo Tavares Rodrigues, Pedro Goulão e Gonçalo Ferreira – e dois empresários, Pedro Graça Bau e Domingos Meirelles, com idades entre os 35 e os 42 anos. E apesar de ainda não ter feito uma semana, já tem mais de 18 mil likes no Facebook – que os sócios esperam potenciar em breve, com a abertura das vendas online para o mundo inteiro. A começar pelo Brasil, onde Domingos Meirelles dá cartas – é diretor-geral da Exponor Brasil e está ligado à promoção do vinho no Brasil há largos anos.
Foi precisamente nos dois anos que viveu em S. Paulo, de onde regressou antes do verão, que Rodrigo Quina, sócio gerente da Portugal Wine Room, alimentou o projeto de vender vinho português. Quando aterrou em Lisboa, com a ideia de criar um negócio próprio a ganhar força, tinha já alguma experiência. “Comecei a comercializar vinhos lá e foi no Brasil que realmente aprendi a gerir um negócio” – as reuniões, os contratos, os problemas com pagamentos. Com todas as dificuldades acrescidas de S. Paulo: “Para ter a certeza de que chegava a horas a uma reunião ou entrega, mesmo que fosse a poucas dezenas de quilómetros, às vezes saía de casa três horas antes”, conta.
Ainda antes de emigrar, Rodrigo já tentara outras andanças. Apaixonado pela vela como o pai – o medalhado olímpico José Manuel Gentil Quina –, organizava regatas e passeios de veleiro com o pai e um dos atuas sócios, Gonçalo Ferreira. Mas foi nos vinhos, área em que também se sente em casa – a Gentil & Gentil foi durante décadas a mais relevante distribuidora do país – que encontrou o potencial de negócio que procurava.
Já com sociedade apalavrada com Domingos Meirelles, cativou os outros sócios quase por acaso: ao conhecerem o seu projeto, os quatro amigos entusiasmaram-se e quiseram juntar-se à Portugal Wine Room. Depois, foi “procurar o espaço [ganhou uma loja de esquina na Rua Ricardo Jorge, em Alvalade] e criar o logo e o ambiente”, que se divide entre o espaço de venda e, no piso inferior, onde as garrafas espreitam das paletes toscas de madeira empilhadas que lhes servem de montra, uma sala reservada a convívios de pequenos grupos, encontros de produtores e sessões de prova de vinhos. Em fase final de desenvolvimento está a plataforma online, que será lançada em outubro e que “será a verdadeira mais-valia, já que nos permitirá fazer vendas e entregas em qualquer parte do mundo”.
Com um portefólio 100% português, a Portugal Wine Room “conta com as referências de qualidade que são apreciadas internacionalmente, mas também com vinhos de pequenos produtores, vinhos de quinta de excelente qualidade, menos divulgados”. O mesmo se aplica aos outros produtos, com destaque para os azeites a compota de azeitonas da Nono Sentido e as conservas de petinga e compota de pimentão da José Gourmet.