Região do Douro prevê produzir 233 mil a 253 mil pipas nesta vindima
A Região Demarcada do Douro prevê para esta vindima uma produção de vinho entre as 233 e as 253 mil pipas, valores superiores à produção declarada no ano passado, de 218 mil pipas.
Os dados foram divulgados hoje pela Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), sediada no Peso da Régua.
A directora geral da instituição, Rosa Amador, advertiu, no entanto, que o resultado final da próxima vindima vai depender das condições climáticas e fitossanitárias que se registarem até Setembro.
As previsões da ADVID são efectuadas com base no modelo pólen, recolhido na fase de floração da videira, entre Maio e Junho, nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior.
De acordo com a associação, a expectativa de colheita para esta vindima vai das 233 mil às 253 mil pipas, previsões que apontam para um ligeiro aumento comparativamente com a produção declarada no ano passado, que foi de 218 mil pipas de vinho.
O enólogo Paulo Ruão afirmou hoje à agência Lusa que se prevê "uma boa colheita" para esta vindima.
O enólogo trabalha para a Lavradores de Feitoria, que junta 18 quintas espalhadas por toda a região demarcada, desde o Baixo Corgo ao Douro Superior.
Paulo Ruão referiu que existe, neste momento, um "bom vigor na vinha", sem registo de doenças, e salientou que ainda existe muita água no solo, o que ajuda a proteger do calor que se tem feito sentir nas últimas semanas.
No entanto, o responsável ressalvou o risco de doenças que ainda podem surgir até ao pintor, fase que corresponde à mudança de cor da uva.
Mas, por agora, garante que a "videira está muito viva, ainda está na fase de crescimento". "Em termos de produção achamos que vai ser boa", acrescentou.
O enólogo prevê um aumento da colheita nesta vindima e lembrou que 2012 foi um ano muito complicado para o Douro, muito por causa da falta de água no solo.
As previsões apontadas pela ADVID para o ano passado tinham um intervalo entre as 269 e as 325 mil pipas, mas, nesse ano, o Douro foi atingido por um dos anos mais secos das últimas quatro décadas e a videira foi afectada pelo desavinho e bagoinha.
O desavinho é um acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto, enquanto na bagoinha no mesmo cacho aparecem, além de bagos normais, bagos de dimensões reduzidas, por vezes sem grainha e sem atingirem a maturação.
Este ano verifica-se, segundo Paulo Ruão, um atraso de cerca de duas semanas no ciclo vegetativo da vinha devido principalmente ao frio que se fez sentir em Maio.