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Produtores de vinho contra directiva europeia

Sol | 17-07-2011 | Geral, Outros
Os produtores de vinho portugueses estão a mobilizar-se ? tal como empresários e associações do sector a nível europeu ? para lutar contra uma directiva europeia que poderá proibir o dióxido de enxofre (SO2) na desinfecção de barricas ou balseiros de madeira.
Segundo os produtores, o método inventado na Holanda há mais de 300 anos é o mais eficaz e menos prejudicial ao ambiente, não tendo isso sido acautelado na directiva nº98/8. O SO2 integra uma lista de 400 biocidas a proibir.

Segundo Miguel Pessanha, director de enologia da Sogrape, «não há alternativas ao dióxido de enxofre, ou então são mais caras e mais prejudiciais tanto para as pessoas como para o meio ambiente». Todos estão ameaçados, «mas principalmente os pequenos produtores, cujos custos aumentariam drasticamente».

O enólogo explicou ao SOL que a directiva comunitária afecta directamente os fabricantes de químicos, que teriam de apresentar um dossier à Comissão Europeia a defender o produto. «Sendo uma fatia muito pequena no seu negócio, as empresas ignoraram isso», afirmou.

Só este ano é que os produtores de vinho e as associações do sector se aperceberam das implicações da directiva na sua actividade. Desde logo vários organismos mobilizaram-se contra a proibição, principalmente em França, mas também em Portugal, Itália e Espanha.

A CE aceitou adiar a directiva, devendo os produtores europeus apresentar um estudo – que custa cerca de 500 mil euros – que comprove a necessidade do enxofre, a falta de alternativas e o facto de não ser prejudicial. A votação da proibição dos biocidas em Bruxelas será em Setembro e o estudo terá de ser entregue nos 12 meses seguintes.

A nível nacional, o Instituto da Vinha e do Vinho é um dos organismos públicos que está envolvido nesta matéria. «Tivémos conhecimento do problema, estamos em contacto a nível nacional e europeu e já manifestámos a nossa preocupação com as consequências para o secto», confirmou ao SOL a vice-presidente, Edite Azenha, que realçou a necessidade de «criar esse estudo». Segundo Miguel Pessanha, a nível internacional os produtores estão ainda a angariar as verbas para o relatório, estando já garantido cerca de metade do dinheiro.

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