Nuno Magalhães premiado pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho
O professor emérito da Universidade de Vila Real, Nuno Magalhães, foi premiado pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) pelo seu livro ?Tratado de Viticultura: a videira, a vinha e o terroir?, anunciou hoje a academia transmontana.
Segundo a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o livro, editado em 2008, foi considerado uma das “melhores obras publicadas sobre viticultura”.
A OIV, com sede em Paris, França, atribuiu na categoria Viticultura o primeiro prémio a Nuno Magalhães e igualmente ao investigador italiano Renzo Angelini, coordenador da obra “L’Uva da Tavola”.
O objectivo foi distinguir contribuições científicas originais e relevantes de importância internacional.
Na obra o "Tratado de Viticultura - A videira, a vinha, o Terroir", o investigador propôs-se colmatar uma "lacuna" que detectou na literatura portuguesa sobre a vitivinicultura.
Ao longo de mais de 600 páginas, o professor fala sobre o ciclo vegetativo e reprodutor, a propagação da videira, morfologia externa e histologia da videira, melhoramento genético, a instalação da vinha, poda de Inverno e condução, ecofisiologia da vinha, rega, ou doenças, pragas e desordens provocadas por factores abióticos.
Nuno Magalhães, professor e investigador há mais de 30 anos, tem desempenhado um importante papel em investigações relacionadas com a seleção genética da videira e é consultor de empresas de várias regiões vitícolas do país.
“Desde cedo me apercebi da lacuna que a insuficiência de documentos sobre vitivinicultura em português representava, não só para apoio na formação dos alunos, como também para consulta e actualização de profissionais do sector", afirmou.
Foi por isso que, segundo acrescentou, surgiu a ideia de elaborar um livro de "viticultura geral", ou seja, "não circunscrito técnica e geograficamente ao país, que pudesse servir de suporte, de fácil consulta, a todos aqueles que trabalham ou se interessam pela vitivinicultura".
O objectivo da investigação foi seleccionar, de cada casta, os clones mais resistentes aos vírus, com mais produção e mais qualidade, e determinar aqueles com mais açúcar ou mais tintos.
Actualmente, a maior parte das grandes empresas produtoras de vinho já plantam as suas vinhas com material seleccionado.
Nuno Magalhães salientou que o trabalho de selecção teve muita importância na Touriga Nacional "porque era uma casta que estava em extinção".
Recentemente o professor emérito da UTAD foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola.