Mercado nacional está estagnado há vários anos
Para muitas empresas produtoras de vinho as exportações surgem como a única possibilidade para a expansão do negócio.
Em Portugal, o consumo de vinho tem vindo a diminuir. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o consumo per capita passou de 48,7 litros em 2005 para 44,9 litros em 2009. "Como as famílias têm menos dinheiro, consomem menos", disse ao DN o director-geral da Quinta da Lixa, Óscar Meireles, uma das maiores produtoras de vinho verde no Vale do Sousa.
O presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, concorda com a análise e diz que os produtores "têm de olhar para a exportação como uma prioridade absoluta, pois o mercado nacional está estagnado e vai continuar assim nos próximos anos". Além disso, em países como Angola, Brasil ou Estados Unidos, o consumo per capita "ronda os 14 litros por ano", o que permite perspectivar uma "boa margem" de crescimento.
Para Óscar Meireles, a aposta na América "tanto pode ser para amar como para odiar", dependendo da forma como a empresa "consiga cativar os consumidores e assegurar uma boa distribuição pelos diferentes estados". "Nessa perspectiva poderemos estar a falar de um potencial aumento de vendas de 25% a 30%", diz o director-geral da Quinta da Lixa, empresa que em 2009 exportou 27% da produção total (mais 9,5% do que um ano antes), tendo a Alemanha como principal mercado. Nos próximos três anos, a empresa conta investir 500 mil euros em acções promocionais no estrangeiro, tendo os EUA, Canadá e Brasil, como mercados-alvo.
"Os EUA registam um crescimento do mercado do vinho à volta dos 4% ao ano e com o vinho verde na moda, temos bastantes hipóteses de singrar, mas temos de dar a conhecer o nosso produto", resume Óscar Meireles, cuja empresa ainda há poucos dias participou numa prova de vinhos em Miami e Nova Iorque.