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Global Wines alia-se a empresa pública chinesa para vender vinhos

Diário Económico | 05-04-2010 | Geral, Economia
A empresa controlada por Joaquim Coimbra está a diversificar mercados. E vai investir no azeite.
A Global Wines, 'holding' que agrega as produtoras portuguesas de vinho do empresário Joaquim Coimbra, está a preparar uma forte ofensiva comercial na Ásia. O grupo, que conta no seu portefólio com marcas como a Quinta de Cabriz, Casa de Santar ou Quinta das Tecedeiras, está a ultimar a criação de uma 'joint venture' com uma empresa pública chinesa com vista à distribuição dos seus vinhos neste mercado, avançou o empresário Joaquim Coimbra. E projectos não faltam. A empresa está apostada em ser um 'player' no mercado do azeite e fez também uma pequena incursão na comercialização de Queijo da Serra.

A Ásia tem ainda um peso residual nas exportações da empresa, cerca de 3%. "Mas se dermos mais atenção ao mercado, onde já colocamos um técnico nosso lá, podemos crescer mais", adiantou. O objectivo para este ano é ter a distribuidora a operar e duplicar as vendas na China, mercado que, reconhece, tem um enorme potencial.

E, ao mesmo tempo que quer aumentar a presença nos mercados de exportação, que valeram 40% dos 14 milhões de euros facturados em 2009 (mais 8% que em 2008), a Global Wines prepara o alargamento do seu portefólio à região dos vinhos verdes. "Estamos em negociações e esperamos que durante Abril ou Maio a operação esteja consolidada", avançou, não revelando, contudo, como entrará nesta região.

Os vinhos verdes "têm potencial, inclusive, no mercado de exportação, e em termos estratégicos queremos estar onde haja negócio", disse Joaquim Coimbra. A Global Wines produz no Dão (vale 40% da produção, que no ano passado chegou aos sete milhões de garrafas), Alentejo (pesou 20%), Estremadura (20%), Douro e Bairrada (o restante).

Este ano, a empresa quer produzir oito milhões de garrafas, para uma capacidade instalada de 11 milhões de litros, e facturar 16 milhões, revelou Joaquim Coimbra. Um dos objectivos traçados para este ano é obter 50% do volume de vendas nos mercados externos. Actualmente, os vinhos da Global Wines têm nos Estados Unidos o seu principal mercado, seguindo-se Alemanha, Bélgica, Brasil e Angola.

Para atingir estas metas, a empresa está apostada em crescer nos vinhos do Douro, Alentejo e nos espumantes. O crescimento assentará na mesma filosofia que a empresa assumiu desde a sua criação, ou seja, o estabelecimento de parcerias com produtores. "Com o prestígio que a Global Wines tem, é fácil encontrar produtores para se associarem".

Mas há ainda a aposta em nichos de mercado. Aliás, o crescimento nas vendas em 2009, num ano em que a crise económica penalizou fortemente o consumo, deve-se também ao lançamento de vinhos para determinados segmentos onde não há concorrência no mercado, como o biológico, brancos especiais ou espumantes, disse Carlos Lucas, administrador e accionista minoritário da Global Wines. Os lucros da empresa ascenderam a 1,7 milhões em 2009, um aumento de 15% face a 2008.

Vinho, azeite e queijo Numa óptica de complementaridade com o negócio dos vinhos, a Global Wines lançou-se num projecto de produção, transformação e comercialização de azeite.

Em 800 hectares de olival, onde marca"presença a propriedade alentejana da empresa Monte da Cal, vão ser investidos sete milhões de euros para produzir sete mil quilos de azeitona em velocidade cruzeiro (a atingir em 2015). Em paralelo, associaram-se a dois especialistas na transformação e produção de azeite, através da Lagar do Mestre, e entrarão "com pujança neste mercado dentro de dois meses" e com os olhos colocados também na exportação. No final do ano passado, a marca Quinta do Cabriz lançou também Queijo da Serra para o mercado. Esta aposta está a dar os primeiros passos.

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