Produtor Alves de Sousa aposta em novas vinhas, quando a crise também atingiu o sector
Num ano em que a crise também afectou o mercado vinícola, o produtor de vinhos Domingos Alves de Sousa apostou na produção de novas vinhas, no Douro, onde mistura técnicas modernas e métodos tradicionais.
O ano de 2009 foi o "primeiro verdadeiro ano de produção das novas vinhas" da Quinta da Gaivosa, uma das propriedades de Alves de Sousa.
Castas como a Tinta Amarela, Sousão e Touriga Nacional estão a ser trabalhadas separadamente, numa aposta nas novas vinhas, porque, como o produtor explicou à Lusa, "o ciclo de renovação não pode nunca ser quebrado".
"Com estas experiências com as castas, procuramos ter um conhecimento cada vez mais profundo dessas castas e começar a fazer combinações entre elas, o que vai permitir-nos traçar um perfil para o futuro", referiu Domingos Alves de Sousa.
O investimento nas vinhas "tem sido uma constante, quer pela aquisição de novas parcelas, quer pela reestruturação de algumas das vinhas mais velhas", acrescentou, explicando que, em alguns casos, a idade avançada das vinhas "representa um património inestimável e a preservar", mas algumas estão a chegar ao limite da sua vida útil.
Nas suas quintas, Alves de Sousa combina "criteriosos e inovadores meios técnicos", mas sem esquecer o passado, recorrendo à selecção policlonal, à agricultura biológica na recuperação de castas, e optando pela vinha tradicional.
O responsável reconhece que 2009 foi um ano "particularmente exigente do ponto de vista comercial", já que, "com vários mercados a apresentarem algumas dificuldades face à conjuntura internacional, foi necessária uma dedicação suplementar".
O resultado das experiências com as novas vinhas será apresentado terça-feira à noite, num jantar num hotel em Lisboa, a par dos vinhos que chegarão aos mercados no próximo ano - Branco da Gaivosa 2009, Alves de Sousa Reserva Pessoal Branco 2008, e, entre os tintos, Tapadinha Grande Reserva 2007, Alves de Sousa Reserva Pessoal Tinto 2007, Quinta da Gaivosa Vinha do Lordelo 2007 e Abandonado 2007.
Com seis quintas na região do Douro - Gaivosa, Vale da Raposa, Caldas, Estação, Aveleira e Oliveirinha, no total de 123 hectares -, Domingos Alves de Sousa descende de uma família de vitivinicultores do Douro e foi considerado "Produtor do Ano", pela Revista de Vinhos, em 1999 e 2006.
Os seus vinhos, que já receberam dezenas de prémios a nível nacional e internacional, são exportados para 20 países.