Perfume da região do Douro inunda capital francesa
Norte iniciou acção promocional em Paris. Contrariar a crise passará por apostar na riqueza paisagística e cultural.
Levar o Douro ao Mundo passou ontem por uma acção de promoção na embaixada portuguesa em Paris. França é só o alvo número um. O objectivo é cativar turistas no mercado externo, num contexto de turismo de qualidade.
"Cerca de 85% da procura do Douro é interna. Daí que a margem de crescimento no mercado externo seja considerável", sublinha Ricardo Magalhães, chefe da Estrutura de Missão do Douro. Paris é apenas a primeira paragem de um périplo mundial promotor da região duriense. A iniciativa "O Douro no Mundo" integra-se no projecto Douro Vivo, parte integrante do Plano de Desenvolvimento Turístico da região. Tendo como palco a embaixada portuguesa em Paris, a Fundação Museu do Douro promoveu, ontem, uma acção de marketing claramente "below the line", isto é, dirigiu-se não directamente aos potenciais compradores, mas antes aos operadores turísticos e comunicação social residentes. Agostinho Ribeiro, membro do conselho de administração do Museu do Douro, reconhece que o Douro tem tido algumas dificuldades de afirmação, desde logo pelo facto de a promoção estar ainda muita ligada ao vinho do Porto. "Queremos aliar a promoção da qualidade do vinho da mais antiga região demarcada do Mundo e explorar o potencial do Douro para o turismo qualidade".
A quebra de 14% na navegação turística e de recreio no rio Douro, ao longo do primeiro semestre, foi apenas um sinal dos tempos de crise, mas os responsáveis pela promoção da região mantêm a confiança no futuro. "Alguns projectos desaceleraram, mais concretamente quatro unidades de quatro estrelas, de tipologias diferentes, que tinham arrancado com o licenciamento. Entre Miranda do Douro e Mesão Frio, há só 3300 camas distribuídas por 24 concelhos. Mas mantemos a meta dos 500 mil dormidas anuais até 2013 (duplicação relativamente ao desempenho actual), apesar de ambiciosa", afirma Ricardo Magalhães, crente nos primeiros sinais de retoma da economia.
Recentemente, a National Geographic Society classificou a região duriense em sétimo lugar, entre 133, na sua lista de destinos turísticos sustentáveis. O Alto Douro Vinhateiro e o Vale do Côa são património da Humanidade. O ADN duriense foi finalmente sequenciado: a aposta tem de ser no turismo cultural. O embaixador Seixas da Costa sublinha a importância da "abertura" das quintas do Douro, oferecendo agora ao turista equipamentos hoteleiros de qualidade. Note-se que tanto o Norte como o Douro têm em França um dos principais mercados emissores de turistas e, além disso, quase metade (49,1%) dos turistas franceses que procuram o Norte de Portugal fazem-no por motivos culturais.